As peripécias de Moniquinha - Parte 6
Peripécias de Moniquinha - Parte 6. Estudei todo o primário no Grupo Escolar João Barbalho, os quatro anos com D. Zenilda, uma excelente professora, era muito religiosa, tranquila e muito carinhosa comigo. No recreio eu não brincava muito, gostava mais de está ao lado dela conversando, ela me falava muito sobre Deus. No ano seguinte, mamãe matriculou meu irmãozinho lá também. Eu amava aquela escola, cheguei até a concorrer a um concurso de "sinhá moça, fui toda produzida pela minha vó Dinda, fiquei ainda no segundo lugar, só não ganhei o primeiro, pois os meus sapatos brancos distorcia da vestimenta. Rsrsrs..... lá tinha vários amiguinhos, inclusive encontrei alguns da rua Laerte Lemos, foi muito legal. Sempre papai nos levava de carro e nos pegava na hora do almoço. Porém, um dia, ele nos esqueceu de pegar e o zelador da escola nos deixou na casa da minha vó Dinda, almoçamos lá, e ela nos mandou pelo motorista para casa. O carro de papai tinha quebrado, ele pediu para o seu funcionário nos pegar na escola, todavia, o rapaz esqueceu. A nossa casa na rua Dom Manoel Pereira, era muito pertinho da casa de Dinda. Eu nunca fui boa em matemática, nuca gostei das exatas. Por trás de nossa morada, havia uma escola de reforço, daí papai me botou pra estudar com D. Eurídice. Lembro que eu por pirraça não estudava a tabuada e, ela me colocava de castigo, na quina da parede pra decora-la, quando ela saía da sala eu ficava cantando, dançando, menos decorando a dita cuja. Ela tinha uma filha muito boa, Leda, que com ela eu consegui entender mais um pouco sobre os números. D. Eurídice era muito caranguda, muito gorda, parecia uma índia e andava arrastando as suas sandálias, e muito brava, Deus me livre. Às vezes, ela fazia uma vitamina de abacate muito gostosa e me dava. Fui crescendo e me divertindo com as situações que aconteciam lá em casa, mas muitas vezes também chorei muito. Uma vez, minha tia, irmã de mamãe foi passar as férias dela lá em casa, e era no mês de São João, daí ela inventou fazer uma foqueira bem grande, daí, aonde arrumar madeira? Ela viu que do outro lado da nossa casa, havia uma casa fechada que só era usada algumas vezes para fazerem candomblé, daí ela chamou meu irmão Joninho para pular com ela o muro e pegar madeira para a fogueira, nisso eu pedi pra ela pular também, o esquema já estava certo, subi no pé da nossa goiabeira e descer no pé de mamão do vizinho, ambos ficavam colados no muro das duas casas. Assim fizemos, rsrsrs.... jogavamos muita madeira pelo muro para nossa casa, quando minha tia achou suficiente, ela decidiu que devíamos voltar pelo pé de mamão, tudo certo, pulou Joninho, depois minha tia e por último ficou eu. Só que quando minha tia subiu no pé, ele caiu, ariou, e eu fiquei lá. E agora, o que eu podia fazer? De repente, tive a idéia de pular o portão principal da casa, acho que era uns dois metros de altura, mais nao havia outra opção. Encarei! .... Quando estava já lá em cima do portão para dar a volta, imagina.... papai passa de carro pela rua, tinha chegado pra almoçar.... ele me viu, mas não parou, seguiu, entrou em casa e estava com o cinturão na mão. Levei uma cinturaozada. Expliquei a Papai toda a história, que eu estava ajudando minha tia, que a gente ia fazer uma fogueira de São João, minha tia pra ele que eu tinha ido porque quis, ela não tinha me chamado. Olhei pra ela e, disse tudo eu!... papai ficou me ameaçando a me por numa escola de freiras.... mas, escapei dessa!