As peripécias de Moniquinha - Parte 4

As peripécias de Moniquinha - Parte 4.

Após alguns anos enfrentando a falta de água, os patinhos, os cabritinhos e os bois atrevidos, meu pai resolveu sair do Engenho do Meio, mas confesso, já estava me acostumando com tudo, porém, foi melhor para minha mãe, ela trabalhava muito lá. Foi quando papai nos deu a notícia que iríamos nos mudar, eu já fui logo perguntando: lá tem patos, papai? Ele não se aquentou e soriu muito e me respondeu: Não Moniquinha, lá não tem pato, nem boi, nem cabrito e tão pouco falta de água. Vamos morar pertinho de seus avôs, na rua Dom Manoel Pereira, numa casa que vocês irão gostar muito, tenho certeza. E, me deu um beijo e um abraço bem grande. Poxa, mudança novamente, mas se for pra mim livrar daqueles patos tudo bem! Rsrsrs..... e lá vai tudo novamente, mamãe, papai e a mudança! Enfim, chegamos à este bairro, realmente era bem pertinho de vovô Joquinha, Dinda e das minhas duas irmãzinhas, quando minha mãe casou logo, minha vó pediu pra ficar com a mais velha até ela organizar tudo , pois minha mãe era ainda muito nova e, a outra irmãzinha também já acostumada na casa de minha vó chorava muito com saudades da mais velha, daí papai a levou para passar uns dias e até hoje ela não quis mais voltar. A casa era ótima também, bem recuada da entrada e tinha um quintal enorme, com pé de goiaba, mamão, coqueiro e um jardim muito lindo. Lá vivemos dias lindos! ....neste tempo comecei a estudar no Grupo Escolar João Barbalho. Papai todos os dias ia me levava e pegava na escola de carro, antes de irmos para casa, ele dava uma passadinha na casa de meus avôs para ve-los, pois vovô estava doente de cama. Eles moravam pertinho da minha escola, na rua do Hospicio, vovô era um homem muito bom e gostava muito da gente, eu subia na cama dele e ele me dava um beijinho na testa. Eu sempre perguntava pra ele: o senhor tá melhor vovô? Ele me respondia: sim minha filha, vovô logo logo vai se levantar desta cama pra levar você pra passear de carro. Eu ficava radiante com meu avô, era muito lindo e forte. Quando foi no dia da sua morte, ninguém me deixou entrar em seu quarto, pra falar com ele, daí quando todo mundo saiu de perto, eu entrei escondido e vi vovô bem magrinho e pálido, falei com ele, só que nem me respondeu, perguntei-lhe se ele queria um pouquinho de água pra beber, ele só fez me olhar! E, está foi a última vez que vi me avô. Chorei muito quando soube que ele tinha falecido e perguntei a mamãe pra onde foi vovô, ela me disse que ele estava lá no céu, olhando por todos nós, e perguntei pra ela; e porque a gente não pode mais olha-lo? ...

Mônica Farias
Enviado por Mônica Farias em 03/02/2021
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