As peripécias de Moniquinha - Parte 5
As peripécias de Moniquinha. - Parte 5.
A casa dos pais de meu pai, era imensa, parecia um castelo, eu amava ir lá, também para vê minhas irmãzinhas. Era toda gradeada, logo na frente tinha um pé enorme de "olho de pombo", umas sementinhas vermelhas que as pessoas fazem colar, pulseiras, brincos... Eu juntava muitas dela, mas nunca fazia nada com elas. Assim que andávamos mais um pouquinho, tinha um terraço enorme, todo de mármore com cadeiras redondas de cana da Índia, era muito ventilado. Uma porta enorme de madeira, quando você entrava, no térreo, parecia que você estava em um castelo, móveis coloniais de madeiras escuras e cadeiras bem altas de botões de ouro (eu imaginava), com uma mesa enorme, com linda cristaleira, lustres de cristais, armário e bufê também no mesmo estilo, ao lado desta sala havia a sala de visitas, esta ainda era mais bonita, uma divisão toda de vidro, com sofás de veludo vermelho, tapete, muito bem decorada. Mas, ninguém podia entrar lá, só quando tivesse festas. Ainda embaixo, tinha várias saletas, de costura (Helena era a costureira de vovó, costurava muito bem), outra salinha de visitas, uma cozinha enorme, aliás, era uma copa e a cozinha, pra o lado da copa havia um belíssimo espelho de cristal embaixo dele um móvel lindo, desse espaço nos subiamos pela escada forada de madeira escura que levava aos quartos de dormir e um banheiro enorme com uma banheira linda. Ainda embaixo, saindo da cozinha havia um terraço que os muros dele, no meu ponto de vista, foram feitos pra serem servidos alguma refeição, pois dava pra sentar (na base menor do muro) e por a comida na parte mais alta do muro, eu achava muito legal almoçar ali. Uma garagem enorme e só de quartos embaixo para os empregados eu nem sabia contar, tinha medo de ir lá, tinha um cachorro muito bravo , esqueci o nome dele, parece que era Teco. Voltando para a parte de cima, haviam uns 4 quartos, um banheiro e uma salinha com vários santos de minha vó, ela era muito beata, todos os domingos nos levavam para a missa, depois almoçarmos lá, ela gostava de juntar todos os seis filhos, genros e noras, todos os netos, era uma farra, o padre se vestia com uma batina preta que chegava aos pés, e todo mundo tinha que beijar sua mão, as freiras vestiam batinas brancas e arrastavam no chão. Ela a maioria das vezes frequentava a igreja da Imperatriz. Sim, continuando sobre a parte de cima da casa de vovô, os quartos eram enormes, hoje em dia dava pra se fazer dois quartos de cada quarto lá. O primeiro era dos meus avôs. O segundo era das minhas irmãs, haviam várias camas com mosqueteiros e enormes guarda roupas, ao lado havia outro quarto com uma cama e vários ventiladores nos quartos. As janelas eram imensas e se não me engano, havia um sótão. De vizinho, Cid Sampaio e do outro lado uma faculdade de administração. E bem na frente, na grade da casa, um senhor que vendia bombons. E ao atravessar a rua, o colégio que bem mais tarde estudei, Colégio Carneiro Leão. A casa de meus avôs era sempre cheia de gente, de funcionário de vovô, irmãos e irmãs de Dinda e vovô Joquinha. Minha vó nos ensinava a andarmos como miss, com pesados livros na cabeça e andando como se estivéssemos no fio de uma calçada, nos ensinava a sorrir no espelho. Como sinto falta de meus avôs!.....