JOSÉ MARIA DE ASSIS
O MELHOR CHEFE QUE EU TIVE NA VIDA
Nair Lúcia de Britto


José Maria,

Lembro-me que eu te prometi, várias vezes, que um dia eu ia escrever um texto para você, sob este título “O Melhor Chefe que eu Tive na Vida”. Acho que chegou esse dia.

Escrevo este texto num momento difícil para você  no qual sua esposa, companheira dedicada, mãe amorosa, mulher admirável  a quem você mencionava sempre, com orgulho e admiração, te deixou para ir ao encontro de Deus. Num lugar em que as pessoas, especiais como ela, um dia vão.

Sei que a separação dói, não tem como não doer. Mire-se no exemplo da atriz Nicete Bruno quando perdeu seu esposo amado, o ator Paulo Goulart. Uma pessoa espiritualizada do jeito que ela era, sabia que: “Quando chegar a minha hora, eu sei que ele vai estar me esperando.” E tocou a sua vida com alegria e esperança.

Isto porque as almas gêmeas nunca se separam. Continuam se amando, embora temporariamente separadas, porque Deus as uniu para sempre.

José Maria, foi muito gratificante para mim ter trabalhado com você na “Editora Nova Cultural”. É uma das boas lembranças que eu tenho na minha trajetória como jornalista.

Você era o chefe da “Revisão”, que dava conta de muitas tarefas relacionadas ao seu trabalho. Era exigente, às vezes bravo, mas extremamente generoso. E o melhor: você transformava o ambiente de trabalho numa “Escolinha do Professor Raimundo”. Sob as suas ordens, todos trabalhavam bem, com responsabilidade. Mas com alegria porque seu bom humor era contagiante. Sempre tinha uma história engraçada para contar para descontrair um pouco da tensão da gente deixar o texto bonito, certinho, para nenhum editor reclamar.


Quando eu chegava em casa, tinha sempre algo pitoresco para contar sobre o trabalho. Era um tal de falar Ze Maria, pra cá... Zé Maria, pra lá... Que um dia meu filho, que ainda era bem menino, me perguntou: “Mãe, você está apaixonada pelo Zé Maria?”

Eu dei risada e respondi: “Não, meu filho... Eu gosto dele porque ele é o melhor chefe que eu tive na vida! Se todos os chefes fossem como ele, que maravilha seria!”

Mas infelizmente no mundo não é bem assim.

Você exigia, mas também valorizava seus funcionários. Fazia se respeitar, mas sem nunca desrespeitar. E era tão eficiente que, quando você deixou seu cargo, foi preciso uns cinco funcionários para dar conta de tudo que você fazia sozinho.


Eu imagino que, como professor, seus alunos deviam adorar suas aulas porque ninguém como você sabe dosar  tão bem responsabilidade com momentos de alegria. E, assim, com sabedoria, você sempre soube captar a atenção e o amor dos seus alunos.

Não sei se eu disse tudo de bom que eu penso de você. Não quero, de repente, ser  por demais piegas; por isso vou parando por aqui.
Só quero lhe dizer que você é uma das melhores pessoas que conheci e que vou carregar você para sempre na minha lembrança e no meu coração.


Taí, promessa cumprida!
                                                  Nair.
   
  

 
Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 25/01/2021
Reeditado em 25/01/2021
Código do texto: T7168111
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