Só para constar

Dia 23 de dezembro de 2020 comecei a sentir fortes dores no corpo, na cabeça e uma fraqueza. Dia 25 de dezembro de 2020 fui ao hospital, dia 27 de dezembro de 2020 fiz o exame do cotonete no nariz, nos bombeiros. Dia primeiro de janeiro de 2021 recebi o resultado do exame do cotonete, onde consta que estou com covid. Durante o período todo tive outros sintomas como por exemplo: corisa, olhos lacrimejando, a comida ficou sem gosto e perdi completamente o olfato. Desde o primeiro dia da aparição dos sintomas eu fiquei isolado, tomei os remédios receitados pelos médicos e tentei seguir todos os protocolos de segurança. Passei as festividades de natal e final de ano sozinho dentro de um quarto, mas estou feliz, o importante é que estou vivo e me recuperando a cada dia. Minha esposa e meu filho também ficaram em casa isolados, por precaução. Não houve nenhum tipo de aglomeração ou festividade aqui em casa nesta passagem de 2020 para 2021. Só comemoramos isoladamente em nosso íntimo o fato de estarmos vivos. Sentimos pelas vidas que foram ceifadas por essa doença maldita chamada coronavírus e pedimos ao nosso glorioso Deus que nos dê uma vacina imediatamente e que a vida volte ao normal, que tenhamos a paz e a alegria de nos abraçamos tranquilamente.

Estou mais quebrado que arroz de terceira, mais fraco que caldo de bila coado, mais ágil que uma ameba, mais moído que bagaço de cana, mais isolado que o X das expressões algébricas, o zói queimano mais que asfalto no Piauí, a boca amargano mais que emulsão scott, a gaiganta coçano mais que impinge em cabeça de doído, tô só deitado igual muié de resguardo, pareceno que fiz duas perines, uma curetagem e três abortos. Tragam um banho de aroeira, por favor. Gente, agora eu sei o que é que um baiano sente.

Alber Liberato Escritor
Enviado por Alber Liberato Escritor em 03/01/2021
Reeditado em 03/01/2021
Código do texto: T7150885
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