UM RECADO AOS SUICIDAS

No próximo dia 26 de novembro (2.007), completam-se 7 anos que eu sofri um AVCH (Acidente Vaso Cerebral Hemorrágico), cujas seqüelas ainda me limitam as atividades e me causam dor. Na época passava por tanta adversidade que muitos diriam: - Talvez , se você tivesse desencarnado teria sido um alívio, não tanto para escapar dos problemas atuais, mas daqueles que já me afligiam !

Não, eu nunca pensei nessa saída, pois creio na sabedoria e no amor de Deus ! Também sempre espero que Ele jamais me permita ser egoísta.

Na época, exercendo a profissão que escolhi (advocacia), na qual não conseguira estabilidade financeira, mas realizava meus ideais e podia ajudar muitas pessoas, o que me dava mais prazer do que qualquer remuneração, mal conseguia manter as portas do escritório abertas, porque abri essas mesmas portas para trabalharem comigo pessoas às quais eu estendi as mãos e, iriam trair a minha confiança, me deixando endividado de forma enlouquecedora. Por outro lado, já faziam alguns anos que não conseguia amar aquela minha esposa, a qual não sentia companheira. Qualidades que eu pensei ter encontrado naquela mulher, quando a conheci, para mim haviam desaparecido por completo. Se quem errou fui eu não importa, a verdade é que, no meu coração, havia um enorme vazio e amargura de não saber como voltar a viver a verdade sem magoar as pessoas. Também não tinha filhos, o que certamente teria dado um novo sentido e motivação na minha vida.

Mas hoje, diante da experiência crucial e marcante a que Deus permitiu que eu passasse, mesmo com os problemas parecendo agigantarem-se diante de meu caminho, sinto-me alegre e confiante num futuro promissor e realizador daquilo que preciso: “sentir-me útil” para alguém. Neste sentido a misericórdia de Nosso Pai, durante esses 6 anos e 11 meses, enriqueceu minha vida, revelando-me os que eram “verdadeiros amigos”, presenteando-me com novos e preparando-me para julgamentos justos.

Apesar de todos tratamentos médicos e fisioterapêuticos, ainda continuo com muita espasticidade, dores e outros sofrimentos físicos, além das dificuldades econômicas, mas nada consegue me roubar a minha alegria de viver e amar as pessoas que conquistam meu coração. Acima de tudo, nada consegue diminuir a minha fé e a certeza de que, se ainda estou aqui é porque o Plano Espiritual Maior tem uma estratégia para meu futuro e eu não tenho o direito de frustrar essa tarefa. Tenham uma certeza só vou embora depois de cumprir minha missão !

SP. 29/10/07

Fernando Alberto Salinas Couto

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 29/10/2007
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