20. Solidão Subatômica.

20.

Cravos na mesa,

Literatura de um adeus,

Peito cheio de tristeza,

Um pouco de tudo que é meu.

Meu peito é coberto de ferro, a armadura contra tudo o que me fere,

Sem anular o contrato vem você, e me mata, pele por pele...

Estou cansada do mundo, das migalhas de sentimentos, essa não sou eu, é quem se perdeu, no meio da parede de concreto.

Então eu repito as mesmas palavras,

Das vezes que eu cai no descontentamento,

Eram noites frias, de gatos barulhentos.

A cada dia que passa, meu corpo fica subatômico.

Fitas, músicas, lembranças, cada fio de neurônios....

E por mim, me declaro só, de tudo aquilo que um dia fui... Novelos de lã, canções de ninar, teu beijo faz falta; e o vento que violenta minha janela, envolve meu corpo como coberta, calafrios de adeus.

Mas é melhor assim, me deixarei no véu da noite, para compor poesias as estrelas, e na sinfonia dos grilos sobre a natureza, olharei para o abismo.

—Sou um penhasco de sentimentos, e o oceano sorriu para mim.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 24/12/2020
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