20. Solidão Subatômica.
20.
Cravos na mesa,
Literatura de um adeus,
Peito cheio de tristeza,
Um pouco de tudo que é meu.
Meu peito é coberto de ferro, a armadura contra tudo o que me fere,
Sem anular o contrato vem você, e me mata, pele por pele...
Estou cansada do mundo, das migalhas de sentimentos, essa não sou eu, é quem se perdeu, no meio da parede de concreto.
Então eu repito as mesmas palavras,
Das vezes que eu cai no descontentamento,
Eram noites frias, de gatos barulhentos.
A cada dia que passa, meu corpo fica subatômico.
Fitas, músicas, lembranças, cada fio de neurônios....
E por mim, me declaro só, de tudo aquilo que um dia fui... Novelos de lã, canções de ninar, teu beijo faz falta; e o vento que violenta minha janela, envolve meu corpo como coberta, calafrios de adeus.
Mas é melhor assim, me deixarei no véu da noite, para compor poesias as estrelas, e na sinfonia dos grilos sobre a natureza, olharei para o abismo.
—Sou um penhasco de sentimentos, e o oceano sorriu para mim.