20 de Março de 2005, Coimbra
Acordo na minha cidade. Esta carta, em registo diarístico, ando-a a pensar em mim, há três ou quatro dias. Prende-se com dizer quem sou.
Quero pois pensar que palavras pôr no perfil, a apresentação pública do autor pelo actor: este que representa nu no - acto de escrita.
Há sempre um desdobramento, um velar, um desvelar, uma descoberta da realidade ou, de diversos modos, por diversos motivos, começando pelo mais evidente, ao escrever à mão estamos a - manipular a escrita.
Primeiro comecemos pelo acaso que nem esse deve ter sido por acaso, chamo-me Coimbra e nasci em Coimbra. É um dado de família, a família Coimbra nasceu na geração do meu pai. Não conheci o meu avô, nem a avó paterna, para perguntar... porquê? A vida é cheia de perguntas, construída por nós, é feita delas e de afirmações. A estas irei procurar o meu perfil, como o fazer?
«Sou heterónimo dum heterónimo que criei, Assim Mesmo. O “programa poético” do meu heterónimo é quase igual ao meu: ser aquilo que se escreve, ser através da escrita.
(ver terceira carta de - 20 de Março 2005)»
A diferença básica é que eu existo para cá ou para além da escrita, ele existe na escrita. Ora, como ele existe onde acho deve existir quem escreve, é a ele que tenho tentado desenvolver (envolver procurando tirar do envolvimento:
esta coisa estranha que é ter e tecer a consciência).
A necessidade desta carta surgiu pois dum questionar a realidade, se tenho um heterónimo ele também sou eu e vice-versa. Achei que devia ter esta explicação/ aplicação sobre quem sou e o que escrevo, cá a deixo.
As palavras que pus entre aspas, são as que sendo desta carta já foram pensadas para ser do perfil. Ainda para o perfil, vou acrescentar uma foto (último fato deste Ato ou último facto deste Acto; o Assim é brasileiro..., como Deus, adeus!).
Post Script: dizer os blogs do Assim:
Poemas Nus - http://poemas-nus.blogspot.com/
Não foi o primeiro dos blogs, mas é o que tem tido maior continuidade.
Há mais, é procurar a partir deste.