Carta para um Senhor Distinto VI

Prezado Senhor Distinto: O sonho!

Receba as minhas felicitações!

Hoje eu tive uma bom motivo para escrever-lhe esta carta: Não sonhei!

Ou melhor! Não dormi e por isso constatei a sua ausência.

E parando para reparar, atinei com o fato de que faz dias que não o encontro com a mesma assiduidade nas minhas memórias.

Acredito que posso dizer que desde que amanheceu o dia 1º de dezembro recebi cada vez menos a sua visita costumeira.

Então lembrei-me que o mês de novembro fora profetizado por Vossa Senhoria de que seria diferente. E foi!

Vossa ilusão de ótica me fez entender que não mais nos veríamos por várias razões e entre as mais importantes estava a de que os sonhos precisam ser leves para não se tornarem pesadelos.

E a vossa sabedoria foi mais uma vez comprovada. Os meus sonhos se tornaram pesadelos quando me abandonaram. Tinha medo de dormir e passei noites e noites de vigília temendo o pesadelo da saudade.

Sofri tanto! Chorei horrores. Fiz poemas darks e nem assim consegui combater a profecia da sua partida repentina e sem adeus.

Vossa Senhoria se foi para sempre. Não voltará mais porque, se assim o fizesse, não seríamos mais os mesmos. Afinal, como já dizia o filósofo Parmênides, ninguém se banha no mesmo rio duas vezes. Na segunda, nem nós e nem o rio somos mais os mesmos.

Assim sendo, nunca mais será o Senhor Distinto das minhas manhãs, tardes e noites. Nada pode mudar isso. Nem o seu querer. Se o quisesse. Mas sei que também não o queres.

E faz bem! Dezembro chegou! E com ele o período das alegrias, do renascimento, das festas religiosas e das reuniões familiares. Tempo de renovação dos laços. A magia do Natal substituindo os sonhos tristes nos nossos corações e mentes adoecidas.

Então! Para quê sonhar se podemos viver não é mesmo?

Sobreviver!

E sobre viver, eu quero dizer que, se não sonho literalmente, figurativamente tenho realizado alguns dos meus sonhos mais antigos. Vou publicar meu primeiro livro. E o título tem a ver com o conceito de sobrevivência.

Acredito que sem sonhos a gente definha e morre. Mas, graças a eles se realizarem, a gente revive, vive e se eterniza.

E é assim que através de você, por você e apesar de você, eu vou sobrevivendo e escrevendo minhas poesias numa mistura de fantasia e realidade. Por isso venho agradecer mais uma vez a Vossa ilustre "pessoa", pelos espaços de sonhos, como esse do "Recanto das Letras", que me ajudou a conquistar com suas visões de incentivo.

Cada uma das metas alcançadas tem um gosto de sonho realizado.

Minha eterna gratidão meu Senhor! Vossa Senhoria é parte dos meus sonhos mais bonitos, apesar de tristes, e nunca vou esquecê-lo! Meu Sonho distinto!

Nunca vou esquecê-lo porque para revê-lo eu não preciso estar dormindo. Nem fechar os meus olhos. Muito menos forçar a memória. Vossa existência flui nos meus pensamentos initerruptamente. Pois, ainda que eu não queria, também sonho acordada.

Sonhadoramente: Adriribeiro/@adri.poesias

PS. Penso em três definições para a palavra Sonhos.

Sonhos - fantasias e desejos realizáveis.

Sonhos - objetivos e metas a alcançar

Sonhos - ilusões e devaneios tolos.

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 04/12/2020
Reeditado em 24/02/2021
Código do texto: T7127938
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