O nevoeiro

Por vezes eu quis, eu rezei, na verdade eu implorei, supliquei pra que viesse...

E com a certeza de que eu estaria aqui a te esperar, te desejei de forma incomum, singular, de maneira imortal a olhos de outros mortais

Fiz de você o ser único e fascinante que nunca mostrou ser, não realmente.

Hoje vejo, depois de passar pelo nevoeiro que eu venci o labirinto dos seus olhos, seus negros olhos, vejo que eu sai do nevoeiro e não perdi o caminho.

Lembro que me disse que o mal do ser humano é ter que tentar pra saber, você tentou, e soube.

Eu nem precisei me arriscar pra te provar o quão errado estava, você mesmo viu.

Quero apenas saber o que você vai fazer se eu não estiver mais na sua vida.

Você pode até dizer que não, mas não me olhe pois seus olhos sempre dizem que sim, que ainda me quer com você.

Não finja que me odeia só pra não dizer que descobriu que me ama...

Eu sei que você pode ser melhor pra mim que apenas isso que você chama de se dar...

Eu sei que você ainda me busca nas madrugadas frias ao seu lado na cama, alias, que você me busca todas as noites.

Não precisa ser assim, não entendo o que aconteceu com a gente, era pra ser o que se chama de "feliz", mas você veio com o seu lógico modo de amar e eu preferi me libertar de correntes que arrastei por anos.

Eu sinto o seus sussuros chamando meu nome, eu ouço sua voz na brisa que toca meu rosto, é o seu jeito de se comunicar, é o seu jeito de me mostrar o que sente...

Mas é pouco e você sabe disso...

Nathalya Etchebehere
Enviado por Nathalya Etchebehere em 27/10/2007
Código do texto: T712011
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