Carta para um amor proibido

Bom dia

Eu só queria dizer que adorei ter conversado contigo ontem a noite até dormir. Fazia bastante tempo que não fazíamos isso: você mandar a foto mostrando a língua, a brincadeira do "humm", você pedir foto atual minha...

Olha... eu sei que estou estranho contigo. Não te chamo mais pra conversar e quando você chama eu sou curto e não desenvolvo a conversa... parece que não me interesso ou que não quero falar contigo. Tem coisas que você fala que eu não respondo ou não correspondo.

Mas se você tem alguma dúvida de que ainda sinto as coisas que eu sentia antes, não tenha... ainda estão todas aqui. E é justamente por isso que estou agindo assim. Eu ainda te amo, ainda te quero e tudo isso do mesmo jeito de antes. Por mais que eu tente não entra na minha cabeça que nossa relação agora é só de amizade. Eu posso estar enganado, mas sinto que é o mesmo contigo, especialmente quando você diz que sente saudade. Sinto que você também tem coisas que quer dizer, mas tenta se controlar ao máximo pra não fazê-lo. E isso torna ainda mais importante eu manter o controle que, como sei que não tenho muito, opto por manter distância... uma maior do que a barreira física que a pandemia nos trouxe.

É por isso que não te chamo mais pra conversar. É por isso que não desenvolvo muito a conversa quando você me diz "Oii". É por isso que não peço mais foto sua. As que eu já tenho estão todas guardadas. É um desafio e tanto não ir até lá ele olha-las novamente. Eu devia tê-las deletado, mas ainda não tive a coragem. Mas sei por experiência que uma hora ela vem... Um passo de cada vez.

Eu não queria te esquecer... me afastar. Você é uma pessoa incrível. Eu queria era ser evoluído o suficiente pra manter você perto, podendo separar as coisas... entendendo que não podemos continuar vivendo o que estávamos.

E estou aqui escrevendo tudo isso na sua "janela" de conversa do WhatsApp e claramente não vou ter coragem de te mandar. Provável que isso vá pra outro lugar, só pra conseguir tirar isso de mim... só porque igualmente existem um monte de coisas que você pergunta e eu minto nas respostas. Quando, por exemplo, eu te disse que estava vendo umas fotos e você perguntou se eram fotos em especial e eu disse que não. Eu fiquei olhando aquela pergunta por mais tempo que o necessário tentando me decidir se eu contava que estava vendo fotos nossas. Por fim achei melhor não contar isso. Da mesma forma que você disse que era fácil te esquecer e disse que não iria comentar nada sobre isso porque era desnecessário.

Sabe porque acho desnecessário? Se não podemos prosseguir com nossos desejos, pra que ficar alimentando isso? De adianta falar que tentar te esquecer é o que eu tento fazer todos os dias, mas parece que não tenho nenhum progresso nisso? Que lembro de você quando converso com meus amigos sobre qualquer coisa... que lembro vendo coisas no Instagram que eu poderia te mandar... que lembro quando vejo uma criança na rua... que lembro quando ouço em algum lugar aquela música que você me mandou escutar e parecia que estavam falando da gente... ou quando vejo algo no mercado que sei que você iria adorar.

Eu sinto muito a sua falta, preta... mas dói bastante saber que não podemos continuar de onde paramos.

Raymond Scott Freeman
Enviado por Raymond Scott Freeman em 31/10/2020
Reeditado em 18/05/2022
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