CARTA A MINHA MÃE
CARTA A MINHA MÃE
Oi mãe, onde você está? Não te vejo há vinte dias, das mães é claro! Poucos dias se eles não significassem vinte longos anos. Sei que você não queria ir, assim da forma e no tempo em que foi. Andei por perto de você antes de sua partida e me lembro como você me pediu para que eu não deixasse ninguém te levar – falavas assim – como se eu pudesse impedir – sem sequer saber a dor que me causavas quando me pedias ajuda sem que eu nada pudesse fazer para te ajudar. Mas saiba, queria muito que você ficasse, só assim não teria que ficar vinte dias das mães sem te ver – pior ainda sabendo que muitos dias terei de passar sem tua presença física. Ainda bem que para mim você existe no campo das idéias – ainda bem que aprendi com Platão que as formas existem no campo das idéias e por isto você existe para mim como se aqui estivesse da forma mais tangível possível! Sempre pensei em passar o dia das mães ao teu lado, embora algumas vezes tive que abrir mão do meu desejo para atender a felicidade de outra mãe que se não minha mãe como você - era quase. Imagino que você saiba de quem estou falando – de qualquer maneira vou te lembrar em função do tempo que faz e do tamanho desta ausência – falo de dona Sara – minha querida sogra, que se não era tão querida para mim quanto você – era quase! Oh! Mãe você não tem idéia da falta que me faz no dia das mães – o pior é que não é só no dia das mães, você me faz falta todos os dias da minha vida! Até hoje, não tenho duvida de que você foi a maior perda do meu cotidiano! Não sei se daí onde você está, faz idéia de quanto tenho saudades de você Não só de você mas de tudo que girava em torno de você. De nossos papos, das minhas visitas diárias a tua casa, do beliscar nas tuas panelas ou de comer o bife bem passado com farofa d’agua acebolada! Ou então de deitar no teu colo e ganhar cafunés que me levavam aos sonhos. Oh, Mãe! Imagino que ai onde estás o tempo não conta e que jamais morrerás, portanto é um lugar onde a felicidade existe na sua essência e a paz á o ungüento de tua eternidade. É neste lugar onde sei que estarás eternamente e verdadeiramente viva, onde és intocável e imortal e onde certamente estarás me esperando no dia da minha passagem. Apesar da tua ausência sou feliz porque sei que o és muito mais, por isso, onde estiveres aceite este afetuoso beijo de quem sempre vive para te amar!
Do teu filho José, a quem sempre chamaste de Antonio!
Rio de Janeiro, 09/05/2010.
Dia das mães!