História é para ser contada ( tem sorvete verde)
Era Dezembro de 1969 um calorão intenso até parecia que estávamos num deserto a terra sofria os efeitos da longa estiagem, um velho chapéu de palha era meu fiel companheiro para amenizar um pouco a caminhada ombreando uma caixa de isopor com 200 picolés da marca Premier da sorveteria do Quinzinho lá ia eu na minha luta diária ,era um domingo véspera do novo ano lembro me bem o local Jardim São Pedro onde eu tinha uma fiel freguesia mas que naquele dia talvez envolvidos que estavam pelos festejos Natalinos e a chegada do novo ano deixaram o picolé pra uma próxima vez. Eu já estava pensando em voltar pra casa,quando ouvi um assovio vindo de um terreno onde estava sendo construída uma casa ainda sem o telhado,apenas na laje, rumei em direção aos fundos do terreno onde dois homens estavam sentados em alguns tijolos.
Um deles foi logo puxando com brutalidade do meu ombro a caixa de isopor levando a ao chão atitude esta por mim jamais vista enquanto sorveteiro lembro-me do arrependimento que tive em ter atendido aquele assovio mas segurei firme a vontade que tive de chorar, um dos homens o mais falante começou a fazer piadinhas antes que me pedisse algum picolé enquanto o outro ajeitava na cintura algo que me parecia ser uma arma isso fez meu coração bater acelerado quase chorei.
Tem sorvete verde perguntou -me um deles _Sim tem, então deixe madurar depois eu compro e de pinga tem _de pinga não tem mas tem de limão, de limão eu só quero se não for azedo e assim já se passavam intermináveis minutos até que resolveram abrir a caixa e pegar dois picolés ,eu ali em pé não sabia se saia correndo se gritava por socorro, continuei firme e eles foram consumindo os picolés que aquela altura já beiravam uns vinte foi então que um deles veio com uma charada.
Sorveteiro o que você faria se visse alguém roubando uma dessas casas_ Nada eu não faria nada continuaria a vender os meus picolés.
Ao receberem com surpresa a minha resposta retiraram do bolso uma nota amarela de Mil cruzeiros pagaram a conta que era quatrocentos e mandaram que eu guardasse o troco como gorjeta ( boas festas )
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Historia é para ser contada