Carta para meus filhos
Alexia Cristina, Emmanuel e Anna Clara,
Que bom que ao receberem esta tão mal traçada carta, os encontre bem.
Saudações a vocês e aos que estão com vocês, a vida adulta que hoje trazem em suas jornadas.
Filhos, gostaria de ter dado mais sentido à vocês, mostra que a vida pode ser bela, pode-se pintar uma aquarela, mas, sabemos que não é bem assim. O Mundo todotem fatos bons e ruins, e a gente está na chuva por aí para se molhar, para agradar não só aos homens(seres humanos), mas a Deus, a Natureza que Ele criou.
Queria deixar um mundo melhor para vocês, mas na verdade quero vocês três melhores para o mundo.
A Vida pede sacrifícios, a amizade tem que ser sincera, e não um toma lá dá cá. Temos que saber perdoar, e isso fui aprendendo ao longo de meu caminho, temos que aprender respeitar e compartilhar o Amor.
Filhos, não fui uma boa mãe, sei disso, mas fiz o melhor, e agora é hora de uma nova jornada tanto para mim, como para vocês.
Recordo nesses momentos de vocês bebês, deveria ter dado mais atenção, mais educação, mais alimento.
Hoje, vocês cresceram com uma mãe que sempre trabalhou com os filhos dos outros, chegou a ser babá, pois muitos pensam que a profissão de professor, não é para passar o Conhecimento e sim cuidar, mas, tentei ainda ficar perto de vocês e educar, dar o melhor que pude dar.
Convidovocês para trabalharem, seguirem de exemplos, talvez não o meu caminho, mas o exemplo de sua avó Deonilde que sempre trabalhou desde os 9 anos de idade, e que ela com a memória de seu avô Francisco, nos deu casa, alimento, confiança, jardim, ervas medicinais e temperos sem agrotóxicos, mas vocês mesmo assim buscaram o artificialismo, o veneno da indústria, e eu temo pela saúde de vocês três.
Filhos, a idade está a chegar, não tenho muito a deixar a vocês, talvez uma casa, que dividam por igual, dando 1% da renda, aos seus quatro priminhos: Luiz Felipe, Vinícius, Matheus e Juju, e que vocês não se separem, pois para mim, família é tudo.
Sei que eu não sou a melhor pessoa a falar isso. Me separei vias de fato por primos que eram irmãos, e que estarão sempre em meu coração, até a Vinda do Senhor Jesus de volta.
Filhos, eu também passei por momentos de revoltas contra meus pais, em especial, meu pai, mas hoje compreendo que eles só queriam me dar amor e dedicação.
Filhos, alegrem-se nos caminhos cheios de espinhos, façam seus deveres, para depois solicitarem seus direitos, não troquem o que é certo pelo errado duvidoso, e saibam o quanto os amei e amo.
Quero que por mais difícil que seja, nunca deixem de estudar, leiam mais, meu pai me deixou algo que nunca compartilhei com seu tio Marcos, uma Bíblia de capa dura vermelha, mas com letras que ainda minha visão aos 53 anos podem ler, uma Bíblia da Ave Maria, e essa como irmã mais velha, nem deixei no testamento, é uma relíquia, a Palavra de Deus bem escrita. Leiam-na e depois a entreguem caso não queiram mais a um museu religioso.
Filhos queridos, procurem está sempre em abrigo e abriguem as pessoas, compartilhem o Pão, e a Água.
Esqueçam um pouco as tais redes sociais, e se olhem nos olhos, vivam no amor e na justiça.
Não busquem fontes enganosas, acredite no coração, quando tiverem em perigo, orem a oração que o Mestre ensinou, mesmo sendo espiritualista, o Pai Nosso é universal, e completo, por isso orem e reflitam em cada trecho da oração.
Bem filhos, agora é hora de ir.
Sim. Partir pois já vivi muito aqui, e entrego meu corpo, e espírito ao Cristo, ao Emmanuel, que me deixará repousar pela eternidade.
E, a vocês deixo que vos amo de verdade e peço nunca deixem que outros interfiram nessa união. Vós nasceram das sementes de um mesmo pai e uma mesma mãe, têm suas personalidades, suas genéticas cromossômicas, que nos fez entender um pouco da Translocação Robertsoniana do cromossomo 13, que veio herdado da família Gonçalves, mas isso é uma bênção, estamos aqui em favor a contribuição às Ciências, e não esqueçam a polidactilia, sim os seis dedos na mão ou nos pés, faz parte de nossas vidas, e quero ainda agradecer por vocês lerem essa carta, escrita numa sexta-feira, primaveril, ouvindo Padre Zezinho, o Sol lindo lá fora, o pensar em tudo, e a alegria de sempre confiar em Deus, e agradecer minha vida, minha escrita.
Hoje aos vinte e três dias de outubro de dois mil e vinte, um ano sabático, uma pandemia, um corona vírus. Uma fé de uma menina-mulher que sempre é melhor ao escrever do que no falar.
E, aqui deixo meus comprimentos e sentimentos a todos vós.
Mamãe: Tereza Cristina G Castro
SP 23/10/2020 - 11h e 55min.