Caminhos

“Eu aqui, simplesmente aqui,

a alma voa, sonha, perdoa,

se perde e se encontra no caminho

desse meu descaminho”.

Thelma Duarte

Amiga,

Deixe-a voar.

Quanto mais alto, melhor.

Verá que nos vôos, na levitação, tudo fica tão pequeno.

Tão fácil de ser entendido ou menos sofrido.

O que há no entendimento? Mentes são complexas.

Almas, abstratas. Palavras, singulares.

Não nos sobra praticamente nada além da incógnita.

Somos a essência desse complexo absurdo.

Sofremos de humanismo.

Cada uma a seu modo.

Você mostra caminhos, alternativas, luzes

numa tentativa de resgate do equilíbrio.

Sangra, esgota, se desfaz.

E, de repente, descobre-se capaz

de ir além de um olhar para o infinito.

A vida é árdua. Sei que sabe disso.

Mas é muito mais árduo não vivê-la.

Será que existem caminhos?

Talvez, a beleza e a pureza

estejam nos descaminhos...

Simplesmente porque é neles

que mais nos conhecemos,

mais tocamos nossa própria alma.

Quando nos deixamos conduzir por eles,

o susto não é pequeno. As vertentes

tratam do resgate do nosso “eu”.

E, com eles, as cicatrizes,

algumas feridas em aberto e

algumas medalhas...

Não sei se soube resgatar a essência,

mas afirmo: não desisto.

Os meus descaminhos estão semeados

Certamente, ainda colherei

os melhores frutos e as mais lindas flores.

Porque garanto-lhe:

não há nada melhor que dar

liberdade ao nosso ser.

Como humanistas, merecemos.

Com todo carinho e amizade,