O despertar como filho pródigo
Recordo-me bem, de quando era criança, e minha mãe teimava em levar seus quatro filhos todo domingo à missa.
- Não!! toda vez a mesma história, àquela do filho pródigo, só falam disso, vai ser isso de novo, já sei da parábola – Lá ia eu, aos meus onze anos, arrastando os pés, conversando comigo mesma, no caminho à igreja.
A história era a mesma, a forma contada parecia ser idêntica, porém eu ainda não estava madura, para senti-la e assim entendê-la.
Falo de sentir na pele, ser aquele filho que um dia vai para o mundo, prova dos amores e sabores, e no fim das contas, percebe seu imenso vazio, e deseja voltar para casa, pois finalmente percebe qual é o seu lugar, e como ter um lugar é algo precioso.
Como seres humanos imperfeitos, sentimos a necessidade de ganhar asas, ganhar o mundo, conhecer novas pessoas, é crucial provar o gosto do erro, para que surja o gosto pelo retorno, não precisamos que alguém nos aponte o dedo, e diga qual o caminho certo a seguir, apontar não ajuda, é necessário passar pelo sofrimento, pela angústia do vazio, para que então possamos nos lembrar de um amor, do sentido deste amor, dá descoberta que somos queridos, de termos um lugar, que está lá, sedento de nossa volta. Deus é perfeito, nos acolhe e entende em nossa real plenitude, ele sabe que a vida humana é difícil.
Finalmente enxerguei, que a história do filho que volta à casa do pai, precisa ser contada e recontada, pois muitos ainda estão perdidos, atrás deste lugar. Hoje quando vou à igreja, sinto como se tudo fosse uma orquestra em real sintonia, cada palavra, cada parábola, cada mensagem de amor, toca como num despertar. Certamente, você que também já passou por esta experiência única, tão importante, e diferente ao ponto de mexer com o nosso coração, pois nos sentimos conectados com Cristo e com a igreja, ao qual fazemos partes, saiba que é um privilegiado. Privilegiado por entender o amor de Cristo por você, um amor que acolhe, e que te dar um lugar ao seu lado.