Ecos da Pandemia – Reaprendizados e Reflexões – Parte 02
Boa parte do tempo de minha vida profissional foi em escritórios de projetos de engenharia para fábricas, construção naval, offshore etc.
Acredito que grande parte de meu sucesso profissional (não riqueza), naquele tipo de atividade, se deveu principalmente a dois interessantes fatores: gosto pelo conhecimento e personalidade ansiosa. Bem, do gosto pelo conhecimento já falamos a respeito na carta anterior. A ansiedade faz com que a pessoa se esmere sempre em planejar e executar adequadamente todas as atividades; antever, controlar, evitar ou mitigar os possíveis problemas, as falhas, os gargalos do processo. Tudo isso no intuito de atingir as metas pré-definidas, com todos os participantes do projeto satisfeitos (clientes, patrocinadores, colaboradores e fornecedores). O problema acontece quando o ansioso, às vezes, leva uma vida inteira tendo a falsa impressão de ser possível ter o TOTAL controle de TODAS as situações. O indivíduo é, em suma, um sofredor.
Em 2010, consegui a minha certificação como Project Management Professional (PMP), certificação essa exarada pelo Project Management Institute (PMI), instituição norte-americana, sem fins lucrativos, que tem como finalidade ajudar gestores ou responsáveis por projetos, de quaisquer segmentos de atuação humana, a realizá-los da melhor forma possível, com as melhores práticas, profissionalmente éticos, ecológica e economicamente sustentáveis.
À época, trabalhava já a algum tempo, em uma empresa de projetos de engenharia nas áreas naval e offshore, e minha atuação viabilizou os requisitos necessários para que me tornasse elegível a pleitear tal certificação.
Depois de me sentir razoavelmente treinado nas questões dos assuntos que seriam abordados no exame de certificação, e me sentir emocionalmente à vontade, resolvi fazer o exame.
Como treinei para o exame: Participei de um curso especializado. Li o PMBOK, todo, pelo menos uma vez. Li outras apostilas sobre o assunto. Fiz dois simulados sobre o tema e revisei todas as questões. No segundo simulado melhorei a minha pontuação, mas em nenhum dos dois atingi aquele mínimo recomendado para fazer o exame. Não obstante, resolvi não fazer outro simulado, e, ao invés, estimei o meu resultado do exame baseado na extrapolação do gradiente de melhoria entre os dois simulados feitos e minha arrancada de estudo na reta final. Procurei levar em consideração todas as recomendações do curso, mas tive o cuidado de adequá-las à minha estratégia de ataque ao exame.
A preparação para o exame, apesar do talento do pessoal e a excelência do curso preparatório, foi um processo, uma caminhada, uma experiência muito pessoal. Pois, embora sejamos feitos dos mesmos elementos que abundam as mais longínquas estrelas, não há dois de nós iguais. E, como já foi dito, para se ter sucesso nas empreitadas da vida, faz-se mister que, primeiro, conheçamos a nós próprios.
Dentro das minhas limitações, penso que gerenciei, com maestria, mais aquele trecho de minha caminhada e dedico mais aquela vitória às pessoas que emprestam à minha vida um sabor único.
Boa noite a todos...