Ecos da Pandemia – Reaprendizados e Reflexões
Eu me aposentei em final de 2007, mas trabalhei formalmente até 2015, quando fui disponibilizado no mercado. Quando a pandemia chegou me apanhou em casa como muitos cidadãos brasileiros, que, após uma vida inteira produtiva, mesmo saudáveis, são considerados inadequados para o mercado formal do trabalho.
A pandemia fez com que voltássemos a cultivar hábitos antigos, atenuados por outras prioridades, e realçássemos alguns bons já existentes como os de segurança e higiene pessoal.
Entre os bons hábitos antigos, resgatamos com maior intensidade a releitura de bons títulos amealhados ao longo dos anos (já foram muitos, infelizmente tivemos que nos desfazer da maioria devido às circunstâncias práticas da vida (a informação em celulose tornou-se fútil e redundante). Sou um indivíduo que criou o gosto pela leitura cedo, estimulado por pais, cujo maior tesouro foi ter conseguido possibilitar aos filhos acesso à educação pública de qualidade. O gosto pela leitura veio acompanhado pelo gosto pelos estudos, pelo conhecimento, pelo saber. Desde cedo, percebi que era daquelas pessoas que gostavam de estudar independente do que queria ser no futuro. Ou seja, privilegio a caminhada à chegada, o processo ao evento.
Francis Collins, cientista, ex-diretor do Projeto Genoma e autor do livro "A Linguagem de Deus", na tradução em português, faz um agradecimento aos seus pais, onde se lê: “A meus pais, que me ensinaram a adorar o aprendizado”. Esse mesmo agradecimento se aplica aos meus.
Embora vivamos na época da internet, onde podemos encontrar, virtualmente, tudo, sou daqueles que ainda encontram no manuseio, na guarda e na leitura de um livro de papel, um prazer e uma paixão difícil de explicar a outrem que não sinta o mesmo.
Além da leitura, e releitura de bons livros, sejam eles acadêmicos, profissionais, de divulgação científica ou literários, passei, também a realizar as tarefas domésticas, não só para manter um mínimo de trabalho físico para saúde, mas também tentando relacioná-las a certas disciplinas acadêmicas ou profissionais, no intuito de tentar manter o cérebro ativo por mais tempo. Por exemplo, ao lavar a louça após as refeições, associo a tarefa aos eventos e peculiaridades da mecânica dos fluidos (MECFLU), relembrando os conceitos, testando a fluidez ou a tensão superficial do veio d’água com mais ou menos detergente, essas coisas (rs). Juntamente com transmissão de calor (TRANSCAL), quão empíricos e apaixonantes são tais assuntos!
A quem interessar possa, relaciono, abaixo, alguns títulos para uma eventual, deliciosa, instigante, reflexiva e ativa leitura, que vem a calhar nesses tempos pandêmicos:
1) A Linguagem de Deus, de Francis S. Collins, Editora Gente
2) A Equação de Deus, de Corey S. Powell, Editora ARX
3) A Matrix Divina, de Gregg Braden, Editora Cultrix
4) Ciência e Espiritualidade, de Deepak Chopra & Leonard Mlodinow, Editora Sextante
5) Sapiens-Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari, Editora L&PM
6) Primeiro Você Constrói uma Nuvem, de K. C. Cole, Editora Record
7) A Harmonia do Mundo, de Marcelo Gleiser, Ed. Cia. Das Letras
8) Physics of the Impossible, de Michio Kaku, Anchor Books
9) A Face Oculta da Natureza, de Anton Zeilinger, Editora Globo
10) História do Universo, de Edmac Trigueiro, Editora Novo Século
11) Bilhões e Bilhões, de Carl Sagan, Editora Schwarcz Ltda
12) Uma Nova História do Tempo, de Stephen Hawking & Leonard Mlodinow, Ediouro
13) The Universe in a Nutshell, de Stephen Hawking, Bantam Books
Boa noite a todos...