Sobre viver com ansiedade e depressão
Sentia que não havia, no mundo inteiro, lugar capaz de lhe acolher. Seu coração havia transbordado a dor e hoje estava gritando por socorro nas ruas da cidade. Sentia que sua pele não era uma boa casa para sua alma aflita. Havia um nó em sua garganta, um bolo de palavras que precisavam ser libertadas com urgência. Presa a inércia, não conseguia mais chorar. Poderia jurar de pés juntos que o peito ia romper em uma de suas taquicardias. Abracei suas dores, olhei em seus olhos e disse:
A dor, meu bem, vai arrefecer.
Você merece a vida.
Há esperança.
Há cura.