A Resposta

Se não posso te dizer meias palavras, está aqui minha cartao não-endereçada.

Agridoce amor, nessas noites despertas, tu permaneceu em meu coração de forma insistente. Não mais lhes direi nada, tudo já fora dito tão minuciosamente, tão intensamente e acredito que não há palavra mais que se possa dizer. Nesse momento a que chegamos estamos devastados, nós conseguimos dilacerar a nós mesmos e não existimos mais. Meu coração ainda se parte, queria poder ter seu lírico antigo para lhe escrever da mesma maneira que sempre versa. Entre tantos pesares, é de imensa incerteza que entrego ao destino para te dizer que meu amor, minha ternura e candura pura sempre será tua; você roubou ela de mim e eu não quero que tu devolvas jamais.

Se não posso te dizer meias palavras, que eu te diga as inteiras. Ainda insisto naquela mesma pergunta que me faço há anos: ainda é tarde demais? Podemos fazer algo para resolver, voltar à algumas coisas e momentos? Se lembra daquele que estávamos à noite na praia e você viu meu coração bronzear e a minha vida se encher de luz, quando você me tirou do precipício e mostrou a ponte sob o luar, tirou-me do naufrágio e me banhou com água de mar? Depois eu fui embora.

Ainda é tarde demais?

Chega de palavras meias e inteiras. Chega de palavras.

F.

Lua de Ébano
Enviado por Lua de Ébano em 07/08/2020
Código do texto: T7029299
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