Carta de “Será que”
Meu querida Raposinha,
Não sei se eu ainda posso te chamar assim, mesmo que através desse papel escrito.
Você ainda sorri ao ouvir ao lembrar que eu te dei o apelido de Raposinha, porque sempre te achei muito sagaz? Adoraria pensar que você guarda boas recordações dos nossos momentos juntos.
O meu coração se agarra a frágil esperança de que você ainda não deletou nossas fotos da galeria do seu celular. Guardo a maldita incerteza, querendo descobrir se você ainda usa aquele cordão que eu te dei como a aliança, pois você sempre achou que um anel era algo muito efêmero. Se você ainda fica constrangida ao se pegar pensando em mim. Você desvia o assunto quando algum amigo em comum pergunta por mim?
Quando toca Engenheiros do Hawaii você lembra de nós dois dançando na sala de estar, curtindo nossa companhia, envolvidos pela aura do amor? Eu lembro nitidamente.
Você ainda se lembra? Ah, como eu quero que você se lembre. Pois eu ainda lembro de cada detalhe.
O meu pobre coração vive nessa queda de braço com a razão, perguntando para ele mesmo, se você ainda se importa, se você ainda suspira, se você ainda quer voltar, se você ainda me ama ou se todo o amor que me tinha desapareceu ou foi plantado no peito de algum cara por aí... se você ainda sente tanta falta de nós, assim como eu sinto. Todo dia.
Será que você ainda se lembra de mim ou será que eu estou me afogando nesse mar de incertezas de forma leviana, porque não quero admitir para mim mesmo que você já me superou? Será que só no meu peito bate ainda esse amor? Será?
“Num desses encontros casuais, talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação.”
P. S.: Ainda devo acreditar que você sente o mesmo que eu?
Do seu Dengo.