CARTAS AO TEMPO - Almoço em Itutinga - A Irmandade do Bairro do Campo
“Cuidado Léo! Todo filme de terror começa com um indivíduo entrando em uma casa em ruínas.”
- Amo filme de terror, metáforas representativas da realidade. Mas valeu o aconselhamento. Sempre sensato. E eu um deslumbrado.
Foi o comentário feito por aquele amigo, ao ver que publiquei na rede social a foto em que eu estava entrando na casa, que havia marcado minha memória infantil. Observação a que eu retruquei daquele modo ¹.
Sempre eu passava caminhando na estrada e não mais distinguia como chegar à possível entrada que levava àquela casa. A lateral fora tomada por um bambuzal que subia morro acima².
Este portãozinho, que antecede os pavilhões, por ele se entrava e lá no alto havia uma família, que na década de 60, era próxima de meus pais. Quando passo a pé tentava imaginar onde ficava a entrada da tal casa lá no alto. Observando a foto, pude localizar aquilo que havia se perdido na memória de menino.
Sempre que nos grupos de rede social se posta fotos de lugares antigos, marcados por eventos obscuros, vem o discurso impregnado de neuroses espiritualistas recheadas de opiniões intimidando o conhecimento do passado com falas de que tais lugares possuem energia negativa.
ENERGIA NEGATIVA? Tem é que parar com os discursos religiosos, esotéricos, espiritualistas de em tudo ver "energia negativa". Energias negativas são as nossas NEUROSES: medos, frustrações, recalques. Nada mais que isto! Estes lugares têm que existir para fazermos nossas catarses e parar com estes negacionismos tolos. Viva os museus, monumentos e a CIÊNCIA. Se RELIGIÃO e ESPIRITUALIDADES resolvessem há muito seríamos mais civilizados e o mundo um lugar melhor para se viver.
E não demorou muito a procura e lá estava a escada que dava acesso à casa. Havia duas, a do portãozinho que dava para a estrada, agora perdida, e a que saia direto na antiga fábrica³ de seda conhecida na cidade como “a sericicultura” instalada no início dos novecentos para contribuir com a industrialização da região e ocupação de imigrantes notadamente italianos.
Naquela casa morava um amigo de meu pai, cuja esposa era funcionária na fábrica de tecidos de seda. Ele, “Sô Dezinho” era generoso e uma vez emprestara a galinha choca para gerar ovos da marreca que meu pai trouxera em uma de suas viagens. A ave cruzava com seu par e botava, mas não entrava no choco. Foi a primeira vez que eu fora lá na casa daquela família.
Dadas a gentilezas era aquela comunidade do Bairro. Emprestavam até animais domésticos para a reprodução. E assim também era meu pai: gostava de reunir a vizinhança e organizava piqueniques. Iam todos em seu caminhão. Uma vez fomos para Itutinga passar um final de semana. Almoçávamos na praia do rio e dormíamos na carroceria do veículo. Não havia indisposição. Tudo era confraternização.
Chegamos ao pós-moderno e os interesses econômicos mudam tudo: onde era destinado a produção agrícola da seda para a fabricação de tecido tornou-se espaço para a escola de música e teatro. E também posto de entrega de medicamentos. Há projeto de instalação para a Universidade Pública, a UEMG e reserva florestal da Mata Atlântica onde existe nascentes de água que formam bacias hidrográficas do sudeste.
“Cuidado Léo! Todo filme de terror começa com um indivíduo entrando em uma casa em ruínas.”
- Amo filme de terror, metáforas representativas da realidade. Mas valeu o aconselhamento. Sempre sensato. E eu um deslumbrado.
Foi o comentário feito por aquele amigo, ao ver que publiquei na rede social a foto em que eu estava entrando na casa, que havia marcado minha memória infantil. Observação a que eu retruquei daquele modo ¹.
Sempre eu passava caminhando na estrada e não mais distinguia como chegar à possível entrada que levava àquela casa. A lateral fora tomada por um bambuzal que subia morro acima².
Este portãozinho, que antecede os pavilhões, por ele se entrava e lá no alto havia uma família, que na década de 60, era próxima de meus pais. Quando passo a pé tentava imaginar onde ficava a entrada da tal casa lá no alto. Observando a foto, pude localizar aquilo que havia se perdido na memória de menino.
Sempre que nos grupos de rede social se posta fotos de lugares antigos, marcados por eventos obscuros, vem o discurso impregnado de neuroses espiritualistas recheadas de opiniões intimidando o conhecimento do passado com falas de que tais lugares possuem energia negativa.
ENERGIA NEGATIVA? Tem é que parar com os discursos religiosos, esotéricos, espiritualistas de em tudo ver "energia negativa". Energias negativas são as nossas NEUROSES: medos, frustrações, recalques. Nada mais que isto! Estes lugares têm que existir para fazermos nossas catarses e parar com estes negacionismos tolos. Viva os museus, monumentos e a CIÊNCIA. Se RELIGIÃO e ESPIRITUALIDADES resolvessem há muito seríamos mais civilizados e o mundo um lugar melhor para se viver.
E não demorou muito a procura e lá estava a escada que dava acesso à casa. Havia duas, a do portãozinho que dava para a estrada, agora perdida, e a que saia direto na antiga fábrica³ de seda conhecida na cidade como “a sericicultura” instalada no início dos novecentos para contribuir com a industrialização da região e ocupação de imigrantes notadamente italianos.
Naquela casa morava um amigo de meu pai, cuja esposa era funcionária na fábrica de tecidos de seda. Ele, “Sô Dezinho” era generoso e uma vez emprestara a galinha choca para gerar ovos da marreca que meu pai trouxera em uma de suas viagens. A ave cruzava com seu par e botava, mas não entrava no choco. Foi a primeira vez que eu fora lá na casa daquela família.
Dadas a gentilezas era aquela comunidade do Bairro. Emprestavam até animais domésticos para a reprodução. E assim também era meu pai: gostava de reunir a vizinhança e organizava piqueniques. Iam todos em seu caminhão. Uma vez fomos para Itutinga passar um final de semana. Almoçávamos na praia do rio e dormíamos na carroceria do veículo. Não havia indisposição. Tudo era confraternização.
Chegamos ao pós-moderno e os interesses econômicos mudam tudo: onde era destinado a produção agrícola da seda para a fabricação de tecido tornou-se espaço para a escola de música e teatro. E também posto de entrega de medicamentos. Há projeto de instalação para a Universidade Pública, a UEMG e reserva florestal da Mata Atlântica onde existe nascentes de água que formam bacias hidrográficas do sudeste.
¹ Foto do bambuzal
² Foto entrando na casa.
³ Foto da escada de acesso à casa e almoço em Itutinga.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 31/07/2020.
Direitos do texto e foto
reservados e protegidos segundo
Lei do Direito Autoral nº 9.610,
de 19 de Fevereiro de 1998.
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