Carta ao vento
Querida Louise,
Está ai o nome que você sugeriu para seu personagem.
Aproveite, porque será a última homenagem que farei para você.
Não sei quais cartas você tem na sua mesa. Agora já não me importam mais.
Curiosamente você conseguiu destruir o que “não existia”.
Paradoxal, não é mesmo?
Eu não inventei seu tom de voz ao conversar comigo ao telefone. Eu não inventei as palavras que você trocava comigo até altas horas da noite.
O seu suposto interesse por mim...
De repente, esse freio brusco dado por você na nossa história relâmpago me deixou sem voz, me causou mágoas profundas e náuseas.
E isso não foi o pior.
O pior foi quando você bateu a porta na minha cara sem ao menos se explicar.
"A culpa é da minha lua em peixes" o caralho!
Sabe o que acontece quando nos dão as costas assim?
Isso gera dúvidas, perguntas sem respostas, sentimento de culpa fantasma, auto depreciação.
Você falava tanto em amor próprio, empatia, preocupação com o outro. Mas pelo visto, você se importa mais com os animais que deixa de comer, ao ser humano que compartilha a mesma carga astrológica que a sua, povo da sua raça.
Não pensa você que ser soberana no jogo da paixão é algo de se orgulhar, porque não é!
E a sua “eu” do futuro desceu 10 anos para te deixar um recado: a sua ficha vai demorar a cair, mas quando ela cair, será tarde demais. Você terá o coração estraçalhado por uma mulher que não dará a mínima para você.
Eles chamam isso de “fases que não podem ser puladas”. Elas são adiadas, mas puladas jamais.
Você acabou de saltar uma fase em curso, oops.
E infelizmente não poderei te ajudar a se reconstruir.