Cartas para você
Depois de um ano resolvi encontrar-te. Pensei que você seria alguém a quem pudesse dedicar todo meu amor, toda a minha fidelidade. Mas foi um engano – eu sei. Não sabia que o que desejara era apenas amor carnal – foi um erro eu ter ido – eu sei.
Entrei, sentei e comecei a desenrolar assuntos referentes a vários troféus de futebol no painel, a fim de conhecer mais sobre você, aquele a quem possivelmente beijaria. Eu falava e o assunto não desenrolava. Então, fiquei pensando em tantos assuntos interessantes para podermos conversar, mas afinal, você não estava interessado.
Não estava interessado em histórias, não estava interessado em saber de mim. Parece romantismo de mais – eu sei. Contudo, sou carinhoso, sou inteligente, gosto de conversar, gosto de contar histórias, gosto de rir e de olhar nos olhos, a fim de olhar além das estruturas corporais, mas olhar o ser intrínseco que faz parte de você. Você e eu estamos vivendo um momento muito difícil devido ao COVID-19, estamos carentes de atenção, estamos carentes de abraços, carentes de beijos e carentes de amores. A única chance que tivemos de preencher essas sensações, você jogou fora.
Fiquei triste, chateado e choro agora, é uma lagrima de tristeza, no sentido de que você poderia ter se doado, ter sido carinhoso, ter beijado com verdade, com emoção, com calor, mas enfim, tenho que entender, o que poderia oferecer era só prazer momentâneo.
Queria te dizer que foi devagar, que não deu certo, porque você se sujeitou a não estar ali de corpo e alma – agradeço a experiência. Experiência de me mostrar que existem pessoas que são vazias que não tem nada a oferecer. Em contrapartida eu teria muito a oferecer, a minha paz, o meu abraço, o meu beijo caloroso, a minha luz.
Não nos encontraremos mais, no entanto, fica a certeza de que precisamos nos amar mais, para que assim possamos ter a capacidade de oferecer sempre o nosso melhor ao outro.