Prisão
Ultimamente o único sentimento compartilhado entre todos a minha volta é: estar aprisionado. Coisa que eu ja conheço bem... Desde sempre estive aprisionado nos estereótipos impostos pela sociedade e nas expectativas colocadas em mim e no meu futuro; tudo que se pode imaginar como correntes, grades e paredes impedindo minha evolução pessoal e me limitando a cegueira e conformidade comuns a sociedade. Porém, as vozes horríveis vindas dos cantos escuros da cela imaginaria, onde sempre estive, se tornam cada vez realistas: as grades e paredes passam do abstrato ao literal todas as manhãs, e armadilha do comodismo regride e cega, não só a mim, mas todos a minha volta... O microassassino silêncioso é onipresente e debochado, pois zomba todo dia da impotência humana impedindo a evolução social (brasileira, pelo menos) e cegando a todos os ignorantes assintomáticos que subestimam seu poder. Em uma prisão caseira, entre os instintos de liberdade e sobrevivência, alimentados pela ignorância e totalmente entregue a armadilha do comodismo; assim se encontra a sociedade a minha volta. Como pássaros presos em gaiolas, assustados com a dominância de seus governadores, sonhando com o céu azul e cantando (ou clamando por socorro) somente pra passar o tempo.