Carta Aberta, de: FÉ para: Corona Vírus

Carta Aberta, de: FÉ para: Corona Vírus

Oi Corona Virus, estava sentado do outro lado da tela quando vi São Paulo ler em alto e bom som publicamente uma carta para você e embora você também não saiba quem eu sou e eu já tenha tido o desprazer de lhe conhecer, me chamo fé e não apenas isso, sou também o firme fundamento das coisas que não se vêem, mas que se esperam.

Talvez você esteja se gabando de alguma forma por ser invisível, mas "guess what" eu também sou e existo muito antes do que você, então, dá licença, me respeita, fica quietinho por que tenho algumas verdades a lhe falar e quero ver só até quando vai durar sua cara sarcástica quando eu disser o que tenho a dizer e é bom que não esqueça meu nome, é eu sou a FÉ!

Estou na terra desde que ela existe e sendo compreendida ou não, aceita ou ignorada, toda história tem um pouco de mim. Embora eu já tenha sido manipulada por alguns que me usaram para trazer caos, perseguição e confrontos, eu os tenho perdoado por milênios, afinal, eles não sabem o que fazem e ainda não provaram o verdadeiro amor, amor que não precisa de nenhuma condição para se conjulgar como verbo na vida das pessoas. Eu poderia não ouvi-los e não ajudá-los, ai então eu seria exatamente como eles, mas não sou.

Eu não os ensinei a ser assim, e de que se queixam, senão de seus próprios atos, contudo eu ignoro tudo isso pois, no momento em que eles nada tem, quando lhes falta todo o recurso é a mim em que eles se agarram, é a mim que procuram, trazendo suas questões e causas e eu sempre os recebo bem, por que se em tudo o que podem tocar, não alcançam conforto, me apresento como única e suficiente esperança para que possam despojar seus fardos.

Na america do sul, lá no sertão, por exemplo, eu tenho outro nome, quando em tempo de seca eu os surpreendo trazendo água do céu para terra, me chamam de chuva. Nos ribeirinhos, sou o alimento na mesa, depois de uma noite de pesca bem sucedida; no norte do continente africano, eu sou a cesta básica que acaba com a fome, descendo mais um pouco o continente, encontrando o Congo, me chamam de paz e ainda que vivam em guerras, não perdem a esperança em mim; no leste europeu, eu sou a resposta para os clamores contra a prostituição infantil; na ásia eu sou a solução para a confusão entre vários Deus, entre várias buscas de respostas.

São anos, decadas, ciclos incontáveis sendo constrúida no coração do mundo inteiro, sendo revelada através de gestos como: um olhar, um abraço, uma prece, uma reza, uma oração e seja como for estou sempre a favor daqueles que em mim confiam. E sem convite nenhum você chega, causando desordem, gerando pânico, medo e perdas irreparáveis para o mundo inteiro e provavelmente achando que essa fama é bonita, parabéns pela coragem, por que noção não tem! É, todos ja lhe vimos na TV, nos radios, nos jornais, em todas as mídias, você perdeu a graça, "se saia, se saia logo".

Mas, antes que vá, preciso que entenda que você nunca terá tanto poder como eu tenho, afinal, estou em todos os lugares na mulher, no pedaço de pão, na luz, na escuridão, na manhã, no anoitecer, no calor do verão, no certo ou no errado, a pé ou de avião, estou viva e sã e não hei de abandonar nenhum dos meus filhos e filhas, pois para o bem de todos, digo que fico, sabe porquê, por que não vacilo com quem anda comigo, eu a fé, não costumo "faiá".

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 21/05/2020
Código do texto: T6953634
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