é sempre uma carta
Antes de ser uma estrela, é preciso viver pelo menos uma vida sendo águia. E toda águia desejará tornar-se estrela. A águia disponibilizará o impulso criativo. A estrela cheia de fogo já propõe o espetáculo, cintilante lá em cima. Ser como águia, é ser impulso. Gostar do vento e das transformações. Saber que nada pertence à coisa alguma será uma das chaves para o auto-conhecimento. Aprende-se a viver a solidão como solitude. Normalmente com o peito aberto e a postura ereta. E não pela própria águia - mas, pensando em inspirar os outros - será naturalmente admirável.
Quando começar a respirar, saberá que não está só. E sentir-se-á observada. A águia leva gosto de terra molhada com planta aromática no bico. Todos os dias. Cansar-se disso é improvável, e mesmo por isso a maioria das coisas soa sem gosto. É preciso sobressalto.
A águia não viverá simplesmente para comer mas sim, para caça. A caça é o mais importante. E o saciar-se ficará então, corroído. E os motivos para caça, serão senão, questionados ou esquecidos. A fartura virá para não ser aproveitada. E o futuro, aguçará seus instintos, como se fosse realidade. "É preciso, será preciso"...
As estrelas, mesmo as maiores e mais brilhantes, quando sendo águia, parecerão como algo já conhecido de perto. E finalmente serão diminuídas a desimportantes. O que terá mais valor enfim, serão as coisas assustadoras e o desconhecido. As veias e artérias frenéticas no escuro, indo e voltado abarrotadas de sangue abalado pela pressa de correr.
A sabedoria da vida como águia pode ser tão corrompível quanto a de uma criança com cheiro de sabão. E mesmo ainda tão correta quanto de um sábio magnata sujo. E o destaque da estrela virá logo em seguida.