Sonho do imaginário

É ruim sonhar algo, acordar e não ter com quem dividir.

Essa noite me dei mau quase igual na vida real, se não fossem as bizarrices que aparecem no sonho.

A menina que é afim do mesmo cara que eu machucou a perna e teve que imobilizar com tala e faixa... Ele levou ela no médico e assinou na fita crepe, ela do lado escreveu que o ama. Depois ela postou um vídeo na internet sentada na cama, com perna apoiada em um suporte de acrílico rosa que ele deixou pra ela. No vídeo ela estava cantando, sorrindo, feliz.

Umas das expressões mais comuns no mundo da arte é "quebre a perna" que significa sorte. No caso, essa meia sorte, não era minha.

O celular toca, reunião de um curta metragem em São Vicente, na mensagem estava escrito: vem, pode trazer as crianças e amigos, aqui tem bastante espaço, vamos fazer a inauguração da taberna artística e já fazemos a reunião com o pessoal do curta. Todos devem estar presentes pois será no horário do ensaio. Animei, ainda não apresentei meus filhos pra ninguém do grupo, aproveito e chamo a cigana e o filho dela pra irem, enquanto eles se divertem eu fico na reunião.

Cigana inventa de ir embora no meio da reunião, avisa e sai andando, eu vou atrás pra tentar descobrir o que houve, e me pergunto, por que a cigana tinha tirado o drone do filho dela que estava nas mãos. A droga do drone disparou a voar, a cigana não sabia controlar, e caiu dentro de um prédio. Um amigo, Toco maromba, chegou em seguida na mesma hora, o portão estava fechando, aqueles eletrônicos que fecha de cima para baixo.

Toco maromba lerdo pra caramba, não fez nada, eu que me enfiei pra dentro do portão e já não achava o drone. Um funcionário de manutenção tinha encontrado e colocado em umas caixas cheia de brinquedos e livros uma mistureba de coisas que me deixaram confusa entre, ele fez isso pra eu não encontrar ou é um bagunceiro mesmo. Não entendi mais nada ... Junto com o drone tinha uns brinquedos de starwars, que estavam amarrados com o drone. Pra que tanta coisa junto. Achei o drone, chegou o zelador do prédio me questionando como eu tinha entrado? Eu pensei, lógico ele viu na câmera. Aí foi um fuzuê resolvido. Entreguei o drone, voltamos pra taberna artística e ja tinha acabado a reunião. Meus filhos me esperando no play sentados, galera se despedindo, cigana impaciente e cheia de si pega as crianças e vai pra Kombi. Eu tentando explicar minha ausência no meio da reunião. Os dois caras q mais me apoiavam com o projeto, com a cara fechada de reprovação gritante me olhando. Saíram da taberna, cederam carona na Kombi pra cigana para as crianças, sem eu saber, lógico. Parecia que o mundo estava conspirando contra mim, enquanto falava com o diretor do curta, ele me olhava com cara de quem vê uma pateta derrotada mas engraçada que é querida.

Pessoal foi embora, galera no veneno de mim, não consegui saber o rumo e o curso da reunião, nem sei se vamos continuar pelas caras que eu vi aqui. E pra melhorar essa vida de artista amador brasileiro, não me da nenhum dinheiro, não tenho nem pra voltar pra casa. Ele riu, pegou 5 reais e umas moedas me entregou e eu só dei dois tapas de agradecimento disse valeu mano e sai correndo igual um moto boy atrasado. Mas eu estava até indo pro ponto. A verdade era única, eu não queria estar ali e não queria passar por nada daquilo.

Acordei na minha cama. Meus gatos no sofá, eu sem entender o tamanho da realidade do que tinha sonhado, olhei pra pia da cozinha e me alegrei em não ter bebido antes de ir dormir. E chorei por estar mais um dia só.

Nathalye Machado
Enviado por Nathalye Machado em 30/04/2020
Reeditado em 08/09/2020
Código do texto: T6932952
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