Quarentena Depois da morte!
Agora falta pouco, são cinquenta e dois dias confinados, Sem nada, a vida encerrada entre quatro paredes. Se ligo a TV a morte está lá fora, a notícia de todas as emissoras é a morte.
Dentro do quarto a angústia e a tristeza, A vida em confinamento se resume a uma mera existência, sem brilho, sem calor, sem esperanças.
Meu refúgio é tela em branco, onde posso derramar a minha agonia e meu sangrar silencioso entre uma frase ou outra.
Nestes dias melancólicos vejo a minha vida queimar lentamente como um vela iluminando um quarto vazio, Sem as distrações e o brilho das ruas, resta mergulhar dentro de si mesmo, nesta hora é que o peso de todos os meus erros do passado me castigam violentamente.
Vendo e revivendo meus próprios erros nesta viagem ao meu próprio inferno, Descobri que já não tenho forças para fazer a jornada de volta, para muitos talvez ainda exista esperanças de dias melhores, mas para mim, o tempo simplesmente acabou. Só me resta agarrar me em algum momento feliz que tive nesta vida miserável e esperar o fim.
No meu caso um triste fim.