VIDA. AH! VIDA
Vida que encanta, que mente, que canta, que cala.
Vida que embala a cancão do filho pra ele poder dormir. Vida que sobra, que falta, que faz falta quando mais preciso. Vida necessária. Vida egoísta que me contempla a distância. Vida que passa, que fica me olhando de soslaio, como se eu quisesse um pouco mais. E eu quero muito mais...
Se eu pudesse te daria todas as roças. Cultivadas ou nuas. Áridas, incultas, beneficiadas, de porteiras abertas... Seriam todas suas.
Vida de tantas estradas, de tantas idas e vindas, de tantas viagens em tantos mundos. E o meu coração se aquieta pronto para novas aventuras e descobertas. Dá tempo pra tudo. Até pra sonhar tudo de novo desde o início, uma vez que a vida sempre foi a minha cúmplice nas artes que realizei, nas promessas que cumpri e nos prantos que tanto chorei.
Se eu pudesse eu roubaria um pouco da sua bondade para me tornar pleno de luz. E convocaria uma reunião de anjos para que todos eles fossem testemunhas desse meu desejo.
Vida que encanta mas não mente. Que sente, que canta e que grita. Vida que se desdobra como se a primeira luta fosse a continuidade daquilo tudo o que persegui, e conquistei através de muitas guerras interiores.
Se eu pudesse eu seria o seu filho. É... mas deixa pra próxima... pra próxima reencarnação...