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9. Memórias

Em passos lentos,

Caminho entre as horas,

Entre brisas e ventos,

Te escuto lá fora.

Não sei como você está, já faz dois meses desde que nos deixamos, mas isso não o suficiente para eu esquecer o teu cheiro, aquele cheiro adocicado e forte, como um chá de erva doce. Estava aqui pensando, e acabei me perdendo entre o tempo, é que que ainda me lembro, dos nossos eternos momentos (agora tormentos).

Não me atrevi a ver sua foto, mas nem precisou, seu rosto ainda está marcado em minha cabeça, assim como tua boca ainda está tracejada em meus lábios; apagar o seu toque tem sido uma tarefa difícil, ainda mais quando tudo me lembra você. Tu eras para mim, como a noite é para as estrelas... Sem você não consigo brilhar... Mas não te culpo, se eu fosse o sol, também permaneceria sozinho; Foi caótico! O nosso eclipse durou poucas luas, quatro para ser exata... sinto tua falta.

Sua memórias são como pintura rupestre em minha mente, se escondem no lugar mais difícil do meu subconsciente, acho que ame alguém é assim mesmo, nunca estamos preparados para deixar ir... E quando em fim acontece, parece que é ali que começamos a viver de verdade aquela antiga história... Mas eu não sou museu, e acho melhor partir de tudo isso.

A madrugada sempre trás lembranças que o tempo não consegue apagar.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 11/04/2020
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