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8. Insônia

Fecho os olhos e não consigo dormir,

Parados, eu e o teto,

Encarando um ao outro enquanto o tempo há de ir e vir,

Eu tristonha, abraço o travesseiro em belo soneto.

Já me perdi nas horas, já virei para lá e para cá, não te(me) acho em lugar nenhum... Por onde se esconde? Como irei eu adivinhar; trata-se de dormir acordado. Já mudei de posição umas cinquenta vezes, e mesmo assim continuo desconfortável. Já decorei até o dueto dos grilos lá fora; distante, daqui a uns vinte passos do meu quarto, ouço as árvores conversando com o vento, astutas! Em uma linguagem que eu nunca entendi, mas que sempre admirei (farfalhar).

Abri a janela em plena uma e meia da madrugada, na esperança da brisa me contar seus segredos mais profundos, e é claro, como você está... Em vão; da noite nublada, só pude ver a lua, pálida e escondida em cima das nuvens... O formato dela lembrou seu sorriso. Fechei os olhos e fiz um pedido a estrela, mas era tarde, e eu me apaixonei, justo ela, uma estrela cadente (era você). Fechei a janela suspirando, encarei o teto e o ciclo se repetiu até que...puf... Já era outro dia.

A insônia sempre me faz dormir acordada

Pensando em você.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 11/04/2020
Reeditado em 12/04/2020
Código do texto: T6914204
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