Carta à um amigo na Itália (é tempo de escrever cartas)

Enquanto você nos partilhas alertas verídicos, fatos e não fakes, há quem ria, quem faz troça, minimize, pense na bolsa, na alta do dolar, no poder de compra, na industria, no turismo, no mercado, e em quantos rolos de papel higiênico ainda têm estocado no armário. Zombe, zombam, eu já disse, acreditam na piroca na mamadeira, mas levam todos os alertas na brincadeira, é isso... Em toda parte do mundo há cuidados, meios, estratégias, mas em outra parte, e apesar dos extensos avisos, de mais e mais alertas, de quase gritos, de por favor, de exaustivas tentativas de conscientização, acredite você, pasme... Muitos são os que minimizam, duvidam, não creem, pois é... Há países e países, líderes e líderes, humanos e humanos... E não duvide você, no país que acredita em milagre, que faz políticas e de joelhos cobram os dízimos, dão entrevistas na TV com máscaras, mas não é nada, é só uma 'gripezinha' (dizem), olimpíadas canceladas, para um ex atleta, isso não é nada; convocam o povo para voltarem às ruas em nome da economia, esqueçam a pandemia, o povo tem fé em seu líder, o povo atende, o povo segue silenciosamente, e como cordeiros para serem imolados, seguem, vão, vai... Vão então, é de fé, é em nome de Deus, que seja então... Nada mais resta a dizer, a não ser mesmo buscar rosários, crucifixos, versículos e aguardar e rezar, orar, ter fé, amém? Um abraço grande, saudades... Continue se cuidando tá. bj