Escrevo a um (a) destinatário (a) hipotético (a). A um ser que se indigna com os absurdos do país chamado Brasil, a exemplo dos que inventam e apoiam de "festejar" e gastar muito dinheiro no carnaval em tempos de COVID-19, dengue, zica, febre amarela, sarampo, chicungunha, tuberculose...

Que essas pessoas estão a comemorar? Reparou que os números do conhecido corona papocaram (em bom "cearensês") após o celebrado car-na-val?! E ainda me vêm com o absurdo discurso do "vamos faturar?!" E para onde foi o dinheiro? Por que não empregaram a verba em saúde e educação? 

Só choram miséria, não é mesmo?! A quem pensam que enganam? É muita falta de humanidade! O mais absurdo é que, ao buscar notícias prévias ao feriado, olha o que li: "Autoridades de saúde ressaltam que não há motivos para restringir aglomerações de pessoas no Brasil neste momento". Já pensou?!

Todos nós, agora, estamos a colher o resultado dos festejos e das ações inscientes de governantes e governados. Por outro lado, como a lei cósmica universal é o progresso, este - certamente - virá: pela dor, o que estamos a enfrentar, percebe?!

Como desgraça pouca é tiquinho, ainda tem mandatário público tentando fingir controle! Brincando de fazer de conta que interditará divisas! Se a moda pega, hein?! Absurdo dos abusurdos: estados de defesa e de sítio não são de competência de governadores, mas do Presidente da República, à luz do que prescreve o art. 21 V da Constituição da República.

Enquanto não forem decretados, na forma constitucional, os estados de crise positivados no ordenamento, não há que se restringir o tráfego de pessoas pois, a princípio, vigente o direito constitucional de ir, vir e permanecer (conforme reza o art. 5º da Lei Maior).

Caro (a) leitor (a) sei que estou a dizer o óbvio a você. Contudo, o óbvio precisa ser dito. Ah, antes que pergunte, também está no referido art. 5º a liberdade de locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. 

Portanto, cuidado! Fuja do "efeito rebanho" que Nietzsche tanto combateu. Por falar em Nietzsche, foi outro incompreendido em seu tempo. Até hoje o é. Por sinal, atualmente, o quadro é pior: falam de qualquer assunto sem a mínima leitura, quão menos, reflexão. Eis o "mundo like do carnaval" com suas letais postagens! Será se estou só a falar de carnaval?

 
@engenhodeletras
Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 20/03/2020
Reeditado em 20/03/2020
Código do texto: T6892756
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.