SOBRE OS PRAZERES

É no repousar do Sol que vejo a mansidão do meu espírito. Debruço- me sobre a arte... Ah, a arte, essa é em mim uma silhueta que cresce na medida que a alimento; há algum tempo, os teus traços vem perfurando o que a de mais íntimo em mim, entre notas musicais, poesias, pinturas e canções, verdadeiras canções, e tantas outras formas artísticas que me resta a descobrir, mas sinto que a arte perfura centímetro a centímetro o meu íntimo fazendo da vida mais prazerosa... O prazer é como o próprio sopro da vida, tudo que nos dar prazer faz querermos fomentar essa existência mesquinha, às vezes flagro-me imaginando como é viver sem o gozo das manhas, com os pássaros cantarolando em tempos fartos de frutos que fazem das suas necessidades prazerosas, claro, sabemos que esses não sabem o que é o prazer, mas se soubessem regozijavam muito mais.

Quem bem souber, regozijem, regozijem enquanto há tempo, pois o sopro da vida passa e, não somos nada após a morte, isto é, me refiro ao corpo, existem aqueles que acreditam em uma vida após a morte, esses não menosprezo, quem sou eu para duvidar, para mim seria a arte de “morrer para viver”, ou seja, sair de uma vida azeda para buscar uma nova manhã em horizontes longínquos, para além dessa realidade mórbida da contemporaneidade. Mas a contemporaneidade não é de todo tão ruim, só precisa passar por mudanças e erradicar certos costumes morais, muitos chegam a serem imorais com sujeitos deste tempo. Felizes são os homens que não perderam seus costumes e que vivem a sorrir mesmo diante dessas repreensões.

É preciso amar mais, é preciso do respeito à todos, é preciso dividir mais e negar menos. Vivemos sobre os cárceres do pessimismo, de falsas políticas, de bajulação e, me atrevo a dizer que somos apenas estribo para os que cavalgam no topo da sociedade, não estou excluso disso, pelo contrário, sou mais um, mas venho formulando pouco a pouco os meus mandamentos , não quero viver sucumbido aos males dessa mediocridade social. Existem dois mandamentos próprios que venho praticando concomitantemente, são estes: emancipai-vos uns aos outros, priorizai-vos o teu gozo e o gozo de quem amas... Caso prefira nomear de outra forma, proponho como “meus costumes morais.” No entanto, retornarei novamente ao prazer, pois para mim é a essência que movimenta o sentido de viver, sem prazer somos pedras jogadas ao mar, é como soprar contra o vento para tentar mudar o seu percurso, não existe essa possibilidade por mais que assopre , da mesma forma não existe uma vida vivida sem prazer, damos e recebemos diariamente, possa ser que quando sentimos aflições prosseguidas, não notamos a beleza que é viver.

Lembro-me bem de como pensei que na vida não existia beleza, até você transformar essa visão de vida, por isso, hoje sou grato quando o sol repousa ou quando ele amanhece, somos jovens tolos demais para apreciar o que há de belo e, possivelmente velhos demais para voltar no tempo em que sorriamos enquanto dançávamos na chuva, esta por sinal ouço escorrer sobre o telhado da casa enquanto escrevo e, suas gotas parecem conter recordações de momentos únicos, partilhado com pessoas singulares e inesquecíveis. Sinto que o tempo é pouco maleável, inflexível as vezes, rouba a nossa melhor fase, mas se não roubasse nunca descobriríamos que era aquela fase, que nos faziam ver com tanta infantilidade a beleza da Natureza, uma das artes mais esplêndida e que não pagamos.

Naquele tempo, não sabia o que era a arte, mas admirava com tamanho esplendor, aos poucos o tempo foi passando e junto trouxeste uma fenda que descontrói a intimidade do homem e a Natureza, ora, quem disse que o homem tinha que viver sem a Natureza? Afinal a natureza do homem sabe, que da terra vivemos e pela terra seremos sucumbidos, não adianta viver sofridamente pensando no fim da própria existência. Hoje, me sinto vivo, amanhã vejo o que a vida irá pincelar diante dos meus olhos, deste presente só quero aproveitar seu encanto que iniciou-se desde o embrulho, até o rompimento do alvorecer, mesmo depois de um dia cansativo vi o Sol repousar em um universo que é a pura arte, existem tantas artes que desconheço, tudo que vejo é superficial demais aos olhos humanos, me refiro as obras do Criador, essas são para todos, mas poucos param para admirá-las... Inclusive, a gente, senhorita historiadora... Encerro por aqui, até breve em outros escritos casuais.

Bjs e uma ótima noite!

Tiago Alves.

Janeiro, 2020.

Tiago_Alves
Enviado por Tiago_Alves em 28/01/2020
Código do texto: T6852339
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