Política, Futebol e Religião não se discute?
Sr. Editor,
É hora de derrubarmos a máxima de que política, futebol e religião não se discute. Devemos discutir e muito, pois são temas que fazem parte do nosso dia a dia, influenciando multidões e movimentando muito dinheiro e interesses. Na verdade, a máxima tem por objetivo nos afastar do assunto, para que as velhas raposas oportunistas continuem com suas práticas, livres da impunidade.
Na política, todos sabemos, impera o fisiologismo, o “é dando que se recebe”, unindo políticos de ideologias antagônicas, quando se trata de defender seus interesses. O povo, ora, o povo! O controle de que dispomos é o de quatro em quatro anos escolher quem vai nos representar por mais quatro!
O futebol e o esporte em geral são um foco de corrupção. Quase todo dia, vem a público um escândalo envolvendo dirigentes, juízes, entidades, atletas, etc. E como existem cartolas corruptos! Sem querer fazer trocadilhos, é muita grana em jogo, sem nenhum tipo de controle da parte dos torcedores, que pagam a conta.
Outro foco de corrupção se localiza nas religiões. Meu Deus! Jesus deve estar morrendo... Não na cruz, mas de vergonha. Como se ganha um dinheiro fácil em seu nome. Resultado: constantemente se cria uma nova seita. Charlatões, vigaristas, falsos profetas, curandeiros... Vendendo a salvação a incautos.
Obviamente que há exceções nas três esferas. Mas como não misturar alhos com bugalhos? Como desembaralhar jogos de cartas marcadas? Como separar o joio do trigo?
Por isso, nós, eleitores, torcedores e religiosos devemos exigir de nossos líderes, transparência.
Pelo fim da política partidária, esportista e religiosa corrupta! Merecemos respeito.
Obs.: Esta carta foi publicada na revista Nacional em 1999 e no Jornal Estado de Minas em 25/07/2000.