The Mosby

Já faz um tempo que eu não escrevo nada, não sei nem se eu ainda sou capaz disso, mas de vez em quando é bom eternizar algumas coisas na escrita, seja para aliviar um pouco a cabeça ou somente para lembrar de alguns momentos ou pessoas que você ache importante e nesse caso, é uma pessoa.

Eu não sei direito como tudo começou, nem quando os sentimentos afloraram, mas posso dizer que ela é uma das melhores coisas que me apareceram. Ela é aquele tipo de pessoa livre, independente, que prefere fazer e ter a experiência do que se arrepender de não ter feito, que deixa o vento guiar seu caminho. Ela apareceu devagarzinho, pelas beiradas, desapercebida, e quando menos eu esperava, já não havia volta. Não dava para negar, não dava para fugir, ela estava ali.

Me aproximar? Não lembro de querer fazer isso, nem do porquê, mas fiz. Pensava comigo, não deve ser nada demais, apenas alguém que conseguiu me cativar, porém ainda achava estranho o quanto ela me conseguia num riso fácil. O alerta de perigo sempre esteve ali, mas não me importava, queria mergulhar mais nesse sentimento, descobrir mais sobre essa pessoa. Mergulhei tão fundo que acabei me perdendo naquele mar, e ao invés de me aproximar do tesouro, fui me afastando...

As coisas esfriaram um pouco e imaginei que nunca mais conseguiria encontrar aquele sentimento bom de novo. Me martirizar por algo que na minha imaginação era algo quente e recíproco, mas aparentemente não era. “Você tem que seguir em frente!”, “não pode se apegar as pessoas desse jeito”, “terão outras”, pensei. E por um momento achei que seria fácil assim, apenas esquecer e bola para frente, porém comigo é diferente. Não é como se eu tivesse escolhido gostar dela, simplesmente aconteceu.

O tempo, na medida do possível, amenizou a situação ruim e eu estava em pé de novo pronto para mais um dia. Conheci gente nova e achei que estivesse um tanto quanto “curado”. Ledo engano, percebi na hora que ela nunca tinha desaparecido, e nunca desapareceria, porque eu não queria isso. Tentei o melhor que pude para restabelecer os laços emaranhados e tomei todo o cuidado para que não se partissem, pois dessa vez eu imaginei que não teria uma outra chance.

A vida continuou e ela ainda estava lá, e eu ainda a admirava. O que ela tem? Só ela consegue me desorientar dessa maneira que nem eu mesmo sei explicar, me puxa de uma maneira que não consigo me soltar... que não me faz querer soltar. Há momentos na vida que devemos decidir quais coisas devemos nos desprender e quais devemos preservar, e ela é uma que eu quero preservar.

Se me perguntassem a definição de felicidade, teria uma foto nossa cozinhando um arroz empapado e um macarrão sem sal, uma guerra de areia na praia, um mergulho no mar sem ondas para lavar a alma, um cochilo na rede filosofando sobre a vida ou uma simples caminhada conversando sobre aleatoriedades enquanto o sol se põe. É claro que vejo isso como um devaneio, produto da minha imaginação, sei que não tenho o direito de roubar sua liberdade, mas acredito que posso te apoiar e te dar o impulso necessário para que voe ainda mais alto.

E já dizia Mosby: quando estiver triste “você não vai me impedir de te animar”, quando precisar de um conselho, lembre-se “pedimos ao universo todos os sinais que queremos, mas no final nós só os vemos quando estamos prontos para vê-los”, quando se sentir desamparada saiba que “nenhum de nós pode jurar ser perfeito, tudo o que podemos fazer é amar uns aos outros com tudo que temos, porque o amor é a melhor coisa que fazemos”, se estiver com medo, tudo bem, até porque “se não você não está com medo, você não está se arriscando e se você não está se arriscando, o que está fazendo?”. E lembre-se:

Quando não se sentir amada, saiba que estarei aqui, porque “você não sabe como é fácil se separar das pessoas para sempre, é por isso que quando encontramos alguém que queremos manter por perto, você faz algo a respeito”, e nessa busca pelo instrumento certo para tocar a vida, “eu te roubaria uma orquestra inteira”.

BdV
Enviado por BdV em 06/01/2020
Reeditado em 06/01/2020
Código do texto: T6835728
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