De um lado ao outro como realmente acontece.

Olá,

Faz muito tempo que não nos encontramos, então, por favor, antes de começar a ler, assim como eu fiz na hora de ir construindo esse cenário, sente-se em um lugar confortável, ponha aquela nossa música marcante, apanhe aquele cafezinho que completa o aconchego e, por dois segundos, lembre-se daquele nosso tempo e dê aquele sorriso nostálgico de que vivemos bons tempos em algum momento das nossas vidas.

A primeiro coisas que eu queria fazer era sentir seu abraço novamente, dar aquela respirada profunda e ter, em meu rosto, aquele riso indisfarçável. Seria excepcional, mas!... só podemos nos contentar, igualmente, com este pedaço de papel, que, por mais simples que pareça, tem o gigantesco poder de nos lembrar da vontade de nos vermos algum dia. E, depois de terminar de lê-lo, seja guardando ou descartando, de igualdade à ambos nós, isto será mais um marco que trará, em nossas memórias para sempre, a existência do outro. Assim, como ver crianças brincando na rua, farda escolar, anúncios de filmes, letras de músicas ou um toque parecido, um momento qualquer em silêncio em casa onde a mente começa a trabalhar sozinha e acalmar e traz a imagem nossa no passado e de como gostaríamos de estar agora.

Eu? Bem! ...estou, acho, que a ponto de chorar. Me sinto, também, por par de igualdade, segurando uma felicidade gigantesca que está para estourar no peito, que nem aquelas cenas que a pessoa encontra algo e põe a mão na boca para segurar o riso explosivo e acaba deixando escapar as lágrimas e depois sai do estado de choque e corre para ter certeza de que está realmente acontecendo algo desejado, mas que parecia quase que impossível de realmente acontecer. E isso tudo só porque finalmente juntei a coragem suficiente para escrever nesse pedaço de papel; que rezo para chegar a você um dia, e seja respondido ou não ou seja correspondida ou não. E, nesse momento, me sinto mais confusa, pois, apesar de vencer algo de muito tempo, já surge outro algo que começa a crescer e me atormentar. Esse deve ser o tal equilíbrio inextinguível da vida.

E é nesse momento que o inevitável acontece e os tais pensamentos vencem a realidade, porquê eles são bem mais realidades do que a única realidade em que vivemos, e eu já não consigo manter a mesma emoção explosiva de antes e o medo toma conta de novo. Como eles crescem rápido...! Eu tinha tanto para dizer, tanto para compartilhar, e me encher de esperança para esperar uma resposta, mas a extensão desse texto já me incomoda, a quantidade de descrições do que estou sentindo me parecem exagerados, o medo do momento de tomar esse texto na mão e lembrar de quem o enviou o faça descartá-lo, entre tantas emoções nessa gangorra de parar ou ir até o fim...

Eu já não sei mais nem como terminar. Não me restou mais nada, a não ser um doce no fundo da garganta de que experimentei algo que adorava e foi maravilhoso, mas acabou. [ ] < Desculpa por essa lágrima, não consegui detê-la de ser rápida para lhe contar a verdade desse exato momento no texto. Enfim... desculpe atormentá-lo! Espero que esteja bem. Espero que esteja ótimo e realizado. Espero que tenha acertado seu endereço. Ou espero que não. Espero que eu tenha tido coragem de imprimir, envelopar e enviar. Espero que algo depois disso mude.

Beijos...?!

Clara Nuvens
Enviado por Clara Nuvens em 08/12/2019
Reeditado em 26/12/2019
Código do texto: T6813979
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