Prefiro partir a conviver com o abismo entre nós

Você morreu,

Morreu mesmo ainda respirando,

Morreu a sua presença nos meus dias e noites.

Lembro-me de quando chegava a noite, compartilhavamos nossos dias, você sempre dizia que gostava daqueles momentos, gostava dos meus detalhes, das minhas vírgulas e até das minhas hipérboles.

Nossos caminhos se distanciaram, não sei se foi aquela maldita empresa que lhe transferiu para a cidade distante ou se fomos nós mesmos que não fomos capazes de retornar ao primeiro encontro.

As ligações ficaram escassas,

Apaguei seu número, mas ainda olho sua página de poesias que tanto gostávamos.

Talvez um dia eu me lembre vagamente de você, recorde seu nome, mas as sensações que causou em mim permanecerão!

Nos tornamos dois estranhos, logo a gente, tão entregue um ao outro.

Mas o que sobrou era insuficiente demais, preferi partir a conviver com esse abismo entre nós.