Todos os dias, eu escrevo sobre você
Todo os dias, eu escrevo sobre você.
As vezes poemas.
As vezes músicas.
As vezes um desabafo sentimental que me faz me sentir mais leve.
Essas escritas são sempre variantes do meu humor.
Assim como tem dias que eu só lembro da sua parte boa.
Tem dias que eu só lembro da ruim.
O dias bons são os que mais doem.
Lembro do seu sorriso.
Da sua voz me chamando de amor.
Da sua carinha animada ao me ver entrar no carro.
Das promessas incumpridas.
Dos momentos que achei que iam durar uma vida toda.
Os dias ruins doem também.
Penso nos motivos.
Se apareceu alguém melhor, mais bonito, mais engraçado, ou se você voltou para sua ex.
Criei o hábito da autosabotagem.
Passei a acreditar que sou dispensável.
Alguém incapaz de ser amado por sua forma natural.
Será que sou tão desprezível assim?
A mente me trai.
Me diz que eu não sou tão bonita assim.
Eu não consigo parar em cima de saltos glamorosos.
Que talvez meu sobrepeso seja o motivo.
Que ser inteligente e engraçada ainda não é motivo para fazer alguém ficar.
Está certo que minha mente não é das melhores companhias.
Mas eu sou tão ruim assim?
Ser deixada sem explicação?
Com a pior das companhias procurando motivos para ter sido deixada assim?
Eu escrevo todos os dias sobre você.
Alguns dias só tentando me sentir melhor.
E outros para abaixar o orgulho dos canais lacrimais que se recusam a chorar por você.
Em algumas semanas, irei escrever menos.
Em meses irei apenas lembrar que escrevia sobre você.
E talvez daqui um tempo, eu me lembre apenas para voltar aqui e apagar o que restou de você em mim.
E apenas para ressaltar, você não merece nem minhas lágrimas e nem minhas palavras.
Hoje foi um dia ruim.