Carta sem remetente

Escrevo estas palavras como se fosse uma carta. Sem remetente. É uma carta só de ida, não quero correr o risco de uma devolução ou até mesmo uma resposta. Venho sem identificação, porque o que tenho pra falar, é algo muito íntimo e sincero e você sempre soube o quão tímida sou. Guardei tudo que vou dizer aqui, por medo. Sempre tive medo, desculpe. E por ter medo, nunca disse o quanto sentia. Acho que mais uma vez estraguei tudo. Desde o começo deveria ter aberto o jogo com você, deveria ter passado por cima dos meus medos, ter arriscado e apostado minha fixas em você. Pode parecer exagero, mas gostaria de casar com você. Ter uma filha chamada Alice, sei que você adora esse nome, eu também. Moraríamos em algum lugar calmo, longe do tumulto. Eu seria professora, você músico. Brigaríamos as vezes, mas logo faríamos as pazes. Passaríamos horas cantando Cazuza e Los Hermanos, que “cantam" nossa história, não é mesmo? E quem sabe viveríamos o “Felizes para sempre”. Falo nestas coisas como se eu pudesse prever o futuro, mas quem é que pode? E se eu não tivesse medo? Isso tudo poderia ser verdade? Bem, nunca terei a resposta destas perguntas e meus sonhos estão muito longe de se tornar realidade, já me conformei. Mas eu gostaria que você soubesse tudo isso, porque… Não sei o porquê, só gostaria. E gostaria também que você guardasse esta carta, mesmo sem saber quem eu sou (você já deve saber quem eu sou, mas vamos fingir). Sou quem sempre estará pensando em você. Sou apenas alguém que teve medo de ser feliz. Eu te amo, mas á está altura do campeonato só posso dizer: Seja feliz…

…E que você não tenha medo da vida.

Beija fllor
Enviado por Beija fllor em 17/10/2019
Código do texto: T6772397
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.