DE QUANDO O SUPREMO LAVA O ROSTO
- agradecendo o texto “FELIZ ANIVERSÁRIO, JOAQUIM MONCKS!”, de autoria de Mariadeonice Sampaio Costa, do Ceará, publicado em 29Set2007 neste Recanto: http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/673341
Tenho em mim que é incerta a senda por onde percorre o espírito do Grande Arquiteto.
Por isso, por esta incerteza tão própria dos que não se bastam, fico tentando descobrir Suas mais singelas manifestações. Quando a situação ocorre sempre digo aos que me cercam: é o dedinho de Deus!
Nesta alegria das descobertas vou vivendo, sempre condenado a pensar. Este é o meu bom madeiro de experimentações e descobertas.
Quanto mais vivido vou ficando, menos de mim é a vida e suas seqüelas amorosas de corpo e sedutoras artérias. Porque o coletivo, o solidarismo é a minha praia de imersão.
Quando encontro alguém na estrada com a sua túnica de bondades e carinhos, derreto-me...
O que dizer aos que simplesmente amam? Aos que fazem de si o bálsamo para a inaudita hora da reflexão?
Sento no colo do Mestre e peço forças pra merecer ser o Seu instrumento de paz e de profundo amor às criaturas. Sento no Seu regaço e choro...
É isto o que faço agora, mareando os meus dedos tensos de esperança de que todos - tudo em matéria de engenhocas humanas - possam receber mensagens como a de que fui alvo. Pela louvação desbragada do fato de estar vivo e completando tempo para a passagem.
Tão bela, tão direta, tão nominal. Não sei se a mereço, mas isto não é juízo pra quem recebe o mimo. O meu Senhor de amor sabe que recebi o Seu cajado de voz e palavra.
Somente me resta prostração frente ao inusitado, ao inesperado.
Tu, amada confreira de condenação ao Verbo e ao Belo, remetes ao Cristo crucificado. Amo em tuas palavras o amor que devemos ter por Ele e bebo a força de teu verbo, a nossa aliança de condenações. Adoro ser pecador. Preciso de confissões. Deus te guarde em comunhão.
Minha mão está mais forte do que nunca para a garatuja do verso e da prosa pelo mimoso gesto, pela alegoria de tua gestação.
Nesta hora a palavra expia o que somos. Nem o ponto final se basta.
A idéia fica batendo como uma sineta que chama os estudantes para o encontro em si mesmos.
- Tomai e bebei, este é o corpo da Palavra!
Este poço profundo é o doloroso mistério de estar vivo, ajoelhado, abrindo a casa ao Futuro...
- especial para o livro, inédito, CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre a Prosa e a Poesia, 2006 / 2007.
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/676138