Com amor, amor.

Eu sou a luz por trás das nuvens, despindo o forro azul marinho pontilhado que veste minha noiva

Eu sou o primeiro som bailando entre os ouvidos daquele que abre os olhos pela primeira vez

Eu sou a história dentro do arco que se repuxa, eufórico, ao redor de quadros alvos expressando seu entusiasmo

Eu sou o perfume leve da brisa, aprendendo a dançar tímido nos últimos dias de setembro

Eu sou o pelo macio do teu melhor amigo, fazendo-o perceber-me quando chegas cansado e tendo eu estado em cárcere até a luz do sol sussurrar adeus às minhas grandes orelhas, mesmo porém, o afago

Tomo fôlego, pulando em ti, sentes meu saudoso abraço

Eu sou a lágrima daquela que, tendo-o visto primeiro chegar, chora ao deixa-lo partir

Eu sou a cor afagando teu olhar, a medida que tua fome por engolir as paisagens alcança todo o quadro que pinto calmamente para ti

E vejo pesaroso que ignoras meus detalhes

Eu sou o dourado morno, fragmentado frente a imensidão azul beijando teu calcanhar

Sou a batida do teu coração tentando guia-lo suavemente, contando-lhe meus segredos para tu enfim ainda assim não me escutar

Tudo porém por ti serei

Tudo porém por ti farei

E me mostrando sem ressalvas, por amor: eis o meu nome. Me renegas e me culpas por seres tu tão cego