Destino
Francisco Alber Liberato
Um dia, na Cidade de Crateús-CE, por volta do mês de agosto ou setembro de 1989, eu ia subindo a rua Siqueira Campos e você descendo a Moreira da Rocha no sentido feira livre. Passamos um pelo outro como dois estranhos, pois é o que éramos mesmo naquele momento. Você vinha acompanhada da Carmelita, minha colega de classe que depois eu viria a saber que ela namorava seu irmão. Cumprimentei a Carmelita, mas não consegui tirar os olhos de você. Eu era tímido pra caralho e tinha complexo de inferioridade, tentava não olhar, mas não conseguia. Você me olhou apenas com a visão periférica, talvez achando que eu fosse doido ou algum tarado. Você baixou a cabeça e seguiu descendo a Moreira da Rocha com a sua amiga. Eu, sempre olhando para trás, continuei subindo a Siqueira Campos e fiquei encantado com sua beleza. Uns dois meses depois, na mesma Siqueira Campos, desta vez esquina com a Júlio Lima, no dia 12 de outubro de 1989, por volta das 22 horas, em pé, no calçamento, começamos a namorar e você que era apenas uma estranha há bem pouco tempo, passou a ser a pessoa mais importante da minha vida. Nós nunca sabemos o que irá acontecer amanhã, pode até ser que você venha a ser uma "realidade triste", mas nestes 30 anos de muito amor e brigas eu posso dizer que você já é o "sonho mais bonito que um dia alguém sonhou". Poderá até ser "o anoitecer, a tempestade e a dor", mas certamente você já é o "amanhecer cheio de luz e de calor". A nossa história não é diferente das outras tantas histórias. Cheia de altos e baixos, certezas e dúvidas, segurança e medos. Me aguentar esse tempo todo sei que não é fácil. Cleudia, você é foda. Se eu fosse você, já teria vazado faz tempo. Sei lá, quero simplificar meu amor por você em duas palavras: gratidão e admiração. Ninguém nesta vida me ajudou mais do que você, nem mesmo minha mãe. Quando eu estou só os caco véi, é você quem segura minha mão.