A última carta
Acabou.
Continuamos a nós tratar com ternura e a proteger os sentimentos uma da outra, mas acabou.
É nítido que o vínculo entre nós não se rompeu, não escondemos uma da outra, o amor ainda está ali, logo ali à tiracolo.
Continuo não enxergando outras pessoas, elas provavelmente existem e sabemos disso, mas nos sabemos apenas dentro de nós. Temos descanso no amor que vivemos e duvidamos com veemência que haverá algo tão especial e completo em nosso caminho por tão cedo, quiçá nunca mais...
Mais do que em qualquer tempo estamos desnudas e somos sinceras uma com a outra.
Você realmente me parece a pessoa certa, e pelo certo sempre valerá a pena esperar. E sim, me parece certa mesmo em cada um dos nossos equívocos.
Não somos e nem fomos perfeitas, nunca seremos tampouco, mas nos completávamos em cada uma de nossas brechas, de nossos vazios. Eu não preciso de você e é só quando deixamos de precisar, de depender, que aprendemos à querer de verdade, à querer de modo livre. Eu sei o quê e a quem quero.
Essa é a última carta pra dizer que ainda estou aqui pra você.