Confissão Velada

O destino resolveu nos aproximar

numa armadilha na encruzilhada,

afinal, linhas já estavam traçadas.

Envolta em ostracismo,

perjurei e fui ao seu encalço,

em uma década de extremo cansaço!

Ora presa, ora caçadora.

Num descuido sussurrei:

“Eu te amo” no ouvido acostumado.

Foi a primeira vez que o confessei,

em voz alta, o renegado.

Ele fugiu assustado porque sabe,

Poeta é louca quando apaixonada!

Na verdade eu não deveria ter poemado,

o que fora consumado e desde então velado.

Após ser traída pela vã revelação,

procuro o antônimo da mesma frase,

para falar ao homem que prefere,

o tilintar dos números e não as palavras.

Railda
Enviado por Railda em 21/08/2019
Reeditado em 11/05/2021
Código do texto: T6726015
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