Confissão Velada
O destino resolveu nos aproximar
numa armadilha na encruzilhada,
afinal, linhas já estavam traçadas.
Envolta em ostracismo,
perjurei e fui ao seu encalço,
em uma década de extremo cansaço!
Ora presa, ora caçadora.
Num descuido sussurrei:
“Eu te amo” no ouvido acostumado.
Foi a primeira vez que o confessei,
em voz alta, o renegado.
Ele fugiu assustado porque sabe,
Poeta é louca quando apaixonada!
Na verdade eu não deveria ter poemado,
o que fora consumado e desde então velado.
Após ser traída pela vã revelação,
procuro o antônimo da mesma frase,
para falar ao homem que prefere,
o tilintar dos números e não as palavras.