Morre a poetisa

Aproveito enquanto dorme,

para velar teu sono tranquilo.

Bem antes que desperte,

assumo o Amor e te segredo.

Balbucio algo mais roçando seus cabelos,

contudo, simultaneamente à confissão,

apago tudo com sopro ao ouvido.

Não posso deixar vestígios,

desse amor bandido.

Deixemos assim mesmo:

o dito pelo não dito,

num futuro já prescrito.

Enquanto ressona em meu ombro,

apenas mais uma revelação,

antes da derradeira despedida:

Você foi a inspiração que murchou

no ramalhete de poemas em Flor.

Que pena que ambos desistimos

e que você continue dormindo.

A partir de hoje morre a poetisa.

Railda
Enviado por Railda em 18/08/2019
Reeditado em 11/05/2021
Código do texto: T6723350
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.