TSUNAMI

Ao abrir meus olhos temi as imagens como uma onda gigante devastando cada pedaço de mim.

Eu senti a água gelada, a dor tocar minha alma, e a violência das ondas agredirem meus pensamentos, não quis reagir, sucumbi ao medo da profundidade do desconhecido dentro de mim.

A beleza da dualidade confunde, mas não me ilude... As lágrimas, suas águas, análogas e salgadas.

Eu compreendi que cada iniciativa era como lutar com o tsunami, e ele sempre voltava, mais imponente e eu nua, sem forças para não me afogar.

Eu não sei nadar.

Como explicar para quem não consegue enxergar?

A minha mente, a grande vilã.

O buraco escondido da Alice, meu inconsciente, indecifrável, quanto mais tento expandi-lo, mais me perco dentro de mim.

Meu Ego debocha da minha consciência e sinuoso persiste em me confundir.

A caixa não é atingida pelo tsunami.

Mas o que é pior então?

A proteção imaginária e ilusória da caverna ou a lucidez dolorosa e consciente da minha própria existência?

E o tsunami? Como compreender suas águas congelantes em meu corpo, o tornando inerte?

As suas águas tortuosas em minha mente...confundindo meus sonhos?

E cada tentativa de inundar meus sentidos ludibriando minhas vontades?

E a iminente calmaria sorrateira, ledo engano, sequer me reconheço...

A beleza traiçoeira das águas afogam meus insights, encobrem intuições.

É como uma concha do mar enterrada na areia... escondida, inaudível e triste.

Os sinais do universo, os borburinhos e as luzes da centelha divina estão fora do buraco.

As águas frias e invasivas são cruéis, paralisam e me torturam quando não me deixam dormir.

Drica Love Barreto
Enviado por Drica Love Barreto em 07/08/2019
Reeditado em 25/10/2019
Código do texto: T6714871
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.