Transcrição da publicação no Audio, em abril de 2016 (A gravação continua la,see alguem quiser ouvir...)
 
 

 
        Pois é, Nandinho... Reli hoje as tuas cartas a Ofélia e... não sei se são ridículas, mas, são, é verdade, um pouquinho patéticas. Tu, o grande poeta, com Camões considerado um dos dois maiores da nossa Língua, escrevendo aquelas coisas... Pois é, mas, não devias te envergonhar, que desde o início dos tempos e mundos se fica assim quando se está apaixonado: perde-se o prumo, a linha, os mais contidos perdem até a vergonha... E se faz e se diz cada coisa... É assim mesmo... E quando se pensa que se está vacinado, começa tudo de novo: crises repentinas e inconcebíveis de ciúme - tu, tão racional... ora pois... - choros sem motivo plausível ou, com motivo plausível, muito além do razoável... É, Nandinho... Não há Razão que dê jeito nisso... E daqui a 100, 200, 500 anos...(se a humanidade durar tanto) tudo vai continuar a mesma coisa... A humanidade não tem jeito e repete sempre os mesmos... erros? Ah, nada de erro... digamos, os mesmos enganos e pra isso não tem idade não, todo mundo é sempre adolescente, mesmo que tenha 95 rsrsrs Não te envergonhes, Nandinho. Hoje fui te reler, reler as tuas cartas de amor a Ofélia e me lembrei muito de mim, que sou como todo mundo...É, Nandinho... Tomara que nesse outro plano e sem a influência daquele teu heterônimo, o Álvaro de Campos, que atrapalhou até acabar com teu namoro, tu e Ofélia tenham, afinal, se entendido. Bem... dois espíritos... melhor do que nada. Boa tarde, Nandinho...nesta tarde já avançando em direção ao crepúsculo. Beijos.   
Zuleika