EU, NÃO FLORBELA

EU, NÃO FLORBELA

A música vai continuar chorando em seu violão. A ética não deveria permitir alguém cantar o que não sente! Lamentável...

Eu vou continuar a ruminar saudades nos álibis literários. Evita, Anita, Florbela, Clarice quiça Emily Dickinson já falaram tudo e nada.

O dia vai amanhecer e anoitecer e tudo vai se reproduzir,

como se nos não tivéssemos feito diferença alguma estarmos juntos ou separados. Seremos coisa do passado. Pesaroso revestir a verdade de fictício para constar nos registros. Alma cansada...

Concluo que o tempo não passou, fomos nós que passamos por ele, sem ao menos dar atenção a rede na varanda.Triste...

Sendo assim, até que poderíamos ao menos ter parado um pouquinho mais para sabermos um do outro, antes da previsível despedida.

Eu saberia sua cor predileta e você a flor que eu mais gosto. Eu diria que é o girassol em vermelho e você diria que sou realmente louca pois ele não existe. Existe sim! E o azul também. Há tantas coisas que ele não sabe sobre mim e o #Encantamento.

Você perguntaria qual meu livro preferido e eu responderia que é aquele que não li ainda. Você finalmente rebateria dizendo: "Mentira, sei que é O Pequeno Príncipe!" Ao menos ele sabe disso...

Você diria se gosta mais do sol ou da lua e eu diria que aprecio as estrelas que os circundam. Ou seja, no nosso caso os opostos se atraíram porém não ficaram. Diferentes na vertical, perfeitos na horizontal. E se...

É doloroso saber que nessa jornada de FLORBELA, NÃO EU, aprendi muito de mim e dele menos que nada. Independente de mãos dadas ou não, o mundo vai continuar sendo igualzinho, exceto pelas manchetes do jornal e da meteorologia com céu nublado.

(Chove, afasto o livro e leio a chuva).

Era uma vez... Por quê não duas ou três?

Divago... Tudo vai continuar sendo vazio e monótono como ontem e amanhã, como se não tivéssemos vivido um sonho bipartido. Escrever não adiantou nada de nada.

Ouvi mentiras de amor que desejei serem verdades e frases doídas que pedi a Deus serem mentiras. A verdade é aquela que a gente acredita. Hoje acredito na despedida. Não há como lamentar a perda de algo que nunca nos pertenceu. Quando duas pessoas acreditam, o sonho vira realidade. Clarice, sabia!

"Parei de implorar companhia dos outros,

se quiser ficar, fica se não quiser adeus".

Quanto ao seu violão... Tenho pena dele em suas mãos vazias. Vai ter que continuar carreira solo, sem sequer dedilhar Amor entre as cordas que poderiam ter rimas. R e R se combinam.

Culpa minha, eu sempre disse isso. O "eu" Senhora jamais deveria ter persistido em colocar na realidade, um viés para a fantasia, denominando-me Escrava Branca. Por outro lado, se eu não tivesse enlouquecido, não haveria sequer rastros de poesias.

Culpa tua que não...

Que não percebeu que aquela em seus braços fugidios era...

EU, NÃO FLORBELA.

Livro FLORBELA, NÃO EU

Railda
Enviado por Railda em 29/07/2019
Reeditado em 03/09/2019
Código do texto: T6707438
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